Castel Gandolfo, além de ser oficialmente um dos burgos mais bonitos da Itália, sempre atraiu a atenção do público e da mídia por ser a residência de veraneio dos papas.
E para nossa sorte chegar em Castel Gandolfo é bem fácil, porque a charmosa cidadezinha está bem perto de Roma.
Castel Gandolfo e as demais cidadezinhas dos Castelli Romani possuem resquícios e ruínas de época romana.
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Isto acontece porque desde a antiguidade as famílias ricas, quando não os prórios imperadores, decidiam construir as chamadas “vilas suburbanas”.
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Enormes residências fora da cidade, desfrutadas, por exemplo, durante o verão para fugir do calor e do caos de Roma.
Justamente nos arredores de Castel Gandolfo, o imperador Domiciano Flavio (pertencente à dinastia de imperadores que construiu o Coliseu e o Estádio de Domiciano, hoje Praça Navona) tinha uma vila de veraneio.
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Passada a antiguidade, durante a idade média e em época renascentista, muitas famílias aristocráticas continuaram essa busca por um lugar ideal onde construir suas mansões.
Quem já visitou a Villa D’Este em Tivoli, pode ter em mente o que significa essas “casas de campo dos milionários da antiguidade”.
E da agregação de algumas dessas vilas nasceu o Palácio Apostólico de Castel Gandolfo.
Palácio Apostólico: a residência de veraneio dos papas
No séc. 17, o Papa Urbano VIII, pertencente à família Barberini, transformou um palácio já existente no que hoje é o Palácio Apostólico, anexando um pequeno jardim (Jardim do Mouro).
Como ele gostava muito da localidade, foi o primeiro papa que reformou e “deu uma ajeitadinha” nos palácios para poder passar ali alguns meses de veraneio.
Com o papa Clemente XIV (1769-1774) foi anexada a Villa Cybo, com o objetivo de ter um jardim maior para os passeios e para estar ao ar livre.
Em 1870, com a Unificação da Itália e o fim do Estado Pontifício, os papas deixaram Castel Gandolfo de lado, e o Palácio Pontifício passou por cerca de 60 anos de abandono.
Somente em 1929, quando o Pacto de Latrão reconheceu a soberania do Vaticano e das suas propriedades, e então todas as propriedades foram novamente reformadas e voltaram pouco a pouco a hospedar novamente os papas durante o verão.
Durante os dramáticos anos da segunda guerra mundial, a população de Castel Gandolfo, temerosa pela sua segurança, buscou refúgio sob as “asas do Vaticano” e se escondeu dentro do palácio apostólico. Estima-se que doze mil pessoas dormiam no palácio e acampados nos jardins do Vaticano.
Os aposentos do papa foram transformados em uma enfermaria para as mulheres grávidas e quarenta crianças nasceram entre 8 de setembro de 1943 e 5 de julho de 1944, período no qual os cidadãos de Castel Gandolfo permaneceram no palácio.
Terminada a guerra, somente a partir de 1946 a residência de verão voltou a hospedar os papas.
De 1976 até 2004 o Papa João Paulo II passou todos os verões em Castel Gandolfo, e muitos turistas visitavam a cidade, para aguardarem a celebração da missa dominical.
Quando ele faleceu, o Palácio tornou-se famoso, porque ali viveu o Papa Bento XVI após a sua renúncia ao pontificado.
Papa Francisco até agora vem mudando o destino deste palácio. Decidiu não passar suas férias em um lugar tão suntuoso e solitário.
Com essa decisão houve grande temor pelo turismo local, já que as “missas de verão do papa” atraíam milhares de fiéis e curiosos.
Deste modo, desde a renúncia do papa em frequentar o local, o Vaticano decidiu então transformar o Palácio Pontifício em um museu aberto ao público. E também há a possibilidade de visitar os jardins vaticanos da Villa Barberini.
Como é a visita ao Palácio Apostólico?
A visita à residência de verão do papa é muito breve. Os ingressos permitem permanecer somente uma hora no local. Achei que fosse pouco, mas é suficiente.
No pátio interno, antes de entrar propriamente dito no palácio, existe uma exposição de alguns veículos usados pelo papa e inclusive um papa-móvel.
Já na parte de dentro, no primeiro andar há objetos pessoais como estolas ricamente bordadas que pertenceram a alguns papas que vinham de famílias extremamente ricas, como os Borghese.
Bem curioso ver também as velhas pantuflas usadas por alguns papas.
Todo o percurso possui quadros com fotos dos pontífices. Algumas são reproduções de originais realizados por grandes pintores, como Rafael Sanzio, mas a maioria são quadros originais.
Após visitar esse museu no primeiro andar, onde também vemos um trono e os uniformes dos “pagens” do cortejo papal.
Terminada a primeira parte, somos acompanhados ao andar superior, onde se encontram vários salões com os aposentos do papa e inclusive o quarto onde ele dorme.
Apesar de ser um belo palácio, as decorações são mais minimais, e não se comparam nem de longe com outros palácios romanos, como o próprio Palácio Barberini, o Palácio Doria-Pamphilj ou o palácio que hospeda a Galleria Borghese.
Além de observar e tentar capturar um pouco da vida dos papas, o que eu aconselho (para quem visitar o palácio em um dia ensolarado) é aproximar-se das janelas e ver a vista deslumbrante que nos permite ver até o litoral de Roma. Uma vista realmente maravilhosa.
Fonte dos nomes e datas: Site oficial do Estado do Vaticano https://www.vaticanstate.va/content/vaticanstate/it/monumenti/castel-gandolfo.paginate.5.html
Palácio Apostólico de Castel Gandolfo
Endereço: Piazza della Libertà
Só é possível visitar o local com bilhete comprado previamente no site do Vaticano. Não existe bilheteria no local. O bilhete inclui áudio-guia em italiano, inglês, francês, espanhol, alemão e russo.
Site: https://biglietteriamusei.vatican.va/
Preço: 10 euros. Grátis para crianças até 5 anos.
Dias e horários: De segunda a sábado, das 9 às 13h.
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