Bolonha é uma cidade cheia de surpresas, muitas delas poderiam ser comparadas a um porta-joias: para ver o seu valor é preciso descobrir o que há dentro. Acostumada a uma cidade de beleza despudorada como Roma, às vezes me surpreendo com cidades de “tesouros escondidos”.
Além das suas praças, seus prédios medievais com cortinas vermelhas drapeadas nas janelas, pórticos, igrejas e de ser o paraíso da gastronomia e das compras, existe uma Bolonha de passado veneziano, ou seja, os canais de Bolonha.
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O que quero dizer com do fato Bolonha ser parecida com Veneza? A cidade também teve muitos canais, alguns navegáveis, outros usados para dar água aos animais, fornecer energia aos moinhos e que também serviam como lavanderia pública.

Até os anos 50 do século 20, era uso quotidiano que as mulheres usassem as águas dos canais para lavar roupas.
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Os canais de Bolonha começaram a ser construídos a partir do séc. 12, para ligar a cidade ao rio Po’ e aos canais de Comacchio, para assim ter uma via de acesso ao mar.
Saiba que ao passear por Bolonha hoje em dia, você está passando por cima de muitos canais. Em tudo são 60 quilômetros de canais que passam por baixo da cidade.
Em alguns pontos aqui e ali, dá para ver parte dessa rede hídrica. E há até passeios guiados para descobrir os canais subterrâneos. Passeios que já fazem parte da minha bucket list!
Assim que deixar a movimentada Via dell’Indipendenza, dirija-se até a Via Malcontenti, ao lado do prédio número 15. Aqui já dá para ver as águas deslizarem por trás dos prédios. Mas uma surpresa ainda mais interessante nos aguarda.
Uma das maneiras mais fantásticas de conhecer os canais secretos de Bolonha é a vista da “janelinha da Via Piella”.
O que há por trás da janelinha da Villa Piella?
A janelinha da Via Piella é uma das maiores atrações turísticas e curiosidades de Bolonha. Quando penso que a conheci em 1997, na minha primeira visita à Itália, chego à conclusão que estou ficando velha!

Na Via Piella existe uma parede, embaixo dos pórticos e entre dois prédios. Ao abrir a janela vemos o canal Moline (um desvio do canal do Reno) escorrer silenciosamente por baixo da cidade e passar pela parte posterior dos prédios.
Um vai e vem de turistas curiosos passa por ali diariamente para descobrir esse segredo de Bolonha.

Depois de ter visto o canal pela janelinha da Via Piella, continue seu itinerário até a Via Capo di Lucca número 10, onde deverá entrar no estacionamento de um prédio e dali ver o canal passar por trás das habitações.
Não se acanhe em entrar nesse local, pois essa vista do canal dentro de um condomínio é uma atração local.

Esse pequeno passeio, o qual fiz caminhando lentamente logo após ter visitado o Gueto Judaico, é apenas uma parte do “roteiro dos canais secretos”.
É possível acompanhar muito mais da sua história fazendo o percurso completo com dez pontos dentro de Bolonha para ver o canal do Reno (o Reno é o segundo rio mais importante da região, depois do Po’), o canal Moline e o canal Navile.
Os roteiros grátis do Bologna Welcome, o escritório de turismo local
Os escritórios de turismo da Emilia Romagna são muito bem preparados, equipados, com muito material para que o turista possa montar seus roteiros e passeios personalizados. Vocês podem dar um pulinho no Bologna Welcome (fica na Piazza Maggiore 1, ponto centralíssimo de Bolonha) e pegar o folheto Hidden Canals in Bologna. Ali encontram todo o percurso e uma breve explicação sobre o “passado veneziano de Bolonha”. Também é possível acessar esse roteiro pelo site: www.bolognawelcome.com

Mapa do percurso Canais de Bolonha
Escolhi percorrer somente esses três pontos porque são aqueles que mais se “misturam” com um passeio pela cidade, sem precisar de grandes deslocamentos. Mas para quem vai passar mais dias em Bolonha, ou está voltando novamente à cidade e quer ver algo diferente, recomendo fazer o tour completo.
A minha viagem pela Emilia-Romagna foi realizada dentro do BlogVille, um blog tour cujo lema é “eat, feel and live like a local in Italy”. Da minha parte há plena transparência em contar as minhas experiências reais, além de completa liberdade editorial. Emilia-Romagna rocks!
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