Quando falamos em Coliseu, a primeira coisa que pensamos é… naquele Coliseu que a gente conhece, antigão, uma das maravilhas do mundo moderno, etc. e tal.
Mas Roma é uma cidade cheia de surpresas e seus moradores tem uma criatividade enorme para apelidar os monumentos “mais modernos”.
Assim como o Vittoriano também é conhecido como máquina de escrever ou bolo de noiva, o Palazzo della Civiltà Italiana ganhou o carinhoso apelido de “Colosseo Quadrato”, em bom português, o Coliseu Quadrado.
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Esteticamente os arcos de um lembram os arcos do bom e velho Coliseu.
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Vamos saber um pouco da história do Coliseu Quadrado…
Do projeto fascista do bairro EUR à sede da Fendi
Principal ícone de arquitetura fascista do bairro EUR, hoje em dia o prédio hospeda a sede da luxuosa marca Fendi. Saibam que o EUR foi construído para a Exposição Universal Romana de 1942, que acabou não acontecendo a causa da guerra.
++ Bairro EUR em Roma: o símbolo da arquitetura fascista
Sua construção iniciou em 1936, ele foi inaugurado incompleto em 1940, mas só foi concluído nos anos 50, quando todo o bairro EUR foi completado.
Um dos arquitetos que presidiu a construção do Coliseu Quadrado foi Marcello Piacentini, o “arquiteto de Mussolini”, que também projetou o Edifício Matarazzo, em São Paulo, também conhecido como Palácio do Ahangabaú.

Além da sua majestosidade, a primeira coisa que chama a atenção é a frase escrita no topo do prédio: «Un popolo di poeti di artisti di eroi / di santi di pensatori di scienziati / di navigatori di trasmigratori». (Um povo de poetas, de artistas, de heróis, de santos, de pensadores, de cientistas, de navegadores e de migrantes).
Frase, digamos assim, ícone da cultura italiana, ou quando os italianos em geral precisam definir os seus dotes como povo!
Seus arcos são distribuídos da seguinte maneira: seis na vertical e nove na horizontal. Por que esse número? O número de letras do nome e sobrenome de Benito (6) Mussolini (9). Essa descoberta não foi feita por mim, mas pela minha amiga Cristina Rosa, do Sol de Barcelona, que fez pesquisas sobre regimes ditatoriais para o seu Doutorado em História. Obrigada, Cris!

O enorme prédio cujo interior possui uma decoração e arquitetura “racionalista” e minimal, ficou fechado por muitos anos, com aberturas excepcionais ao público, ou em ocasiões especiais durante a visita de chefes de Estado.
A primeira notícia sobre a sua abertura definitiva foi em 2013, quando as manchetes dos jornais anunciaram que a Louis Vuitton ocuparia o prédio. Mas na verdade, quem ocupa as suas dependências é a Fendi, que de qualquer modo faz parte do grupo LVMH, proprietário das marcas de luxo Louis Vuitton, Fendi e Bulgari.
Como era de se esperar, essa “ocupação” de um prédio histórico por parte de um dos grupos da moda mais ricos do mundo foi alvo de inúmeras polêmicas. Por que não fazer um museu, foi a pergunta de muitos. Mas o que parece mesmo ser motivo de ira e inveja é o fato da Fendi pagar módicos 240.000 euros mensais pelo aluguel pelos próximos vinte anos.
Com isso, após setenta anos o prédio foi aberto ao público em ocasião de mostras e eventos culturais. Muitos dizem que no futuro haverá um bar e uma livraria-bookshop abertos o ano todo.
Foi por ocasião de uma mostra que pude finalmente conhecer o “outro Coliseu de Roma” e ficar admirada com a sua beleza. Achei que nunca fosse ver o que tem dentro, porque há anos sempre o fotografava somente do lado de fora!

Grandes mestres do cinema gravaram cenas dos seus filmes no Coliseu Quadrado, como Bernardo Bertolucci, Roberto Rossellini e Federico Fellini, que filmou um dos quatro episódios do filme Boccaccio 70 com a mesma Anita Ekberg, já famosa pela cena do banho na Fontana di Trevi com Marcello Mastroianni.
Para visitar o Coliseu Quadrado
O Coliseu Quadrado não está sempre aberto ao público. Consultem o site da Fendi e vejam se há mostras ou aberturas extraordinárias.
Site: http://www.fendi.com/it/fendi-life/fendi-hq.html
A entrada é grátis.
Endereço: Quadrato della Concordia 3
Como chegar: O melhor modo é pegar a linha B do metrô (direção Laurentina). A estação mais próxima é a EUR Magliana. Quando descerem dela, verão o monumento de costas. Então é só subir a colina e chegar lá. Eu prefiro descer na estação EUR Palasport e dali caminhar uns 15 minutinhos para ver um pouco mais do bairro.
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