O bairro Trastevere possui algumas igrejas, e pelo menos três delas possuem uma enorme importância do ponto de vista do patrimônio artístico-cultural.
Temos a Basílica de Santa Cecília, que é padroeira da música e dos músicos, depois a Igreja de San Francesco a Ripa, que em algumas ocasiões hospedou o próprio São Francisco de Assis.
Já a terceira dela, a Basílica de Santa Maria in Trastevere é a igreja mais famosa do homônimo bairro, e nasceu graças a um sinal divino.
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Além de Santa Maria in Trastevere ser a igreja mais importante de Trastevere, ela também dá nome à bela praça decorada como uma fonte antiga.
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A fonte é antiga, talvez da época do imperador Augusto, mas foi trazida para cá somente em 1450.
Inicialmente ela não ficava no centro da praça, mas do lado oposto à igreja.

Depois ela passou por restaurações e modificações feitas por Donato Bramante, Carlo Fontana e Gian Lorenzo Bernini. Aliás, foi em 1658 que Bernini resolveu mudá-la de lugar, fazendo com que mudasse também o aqueduto romano que a alimenta.
Atualmente ela é alimentada pela Fontana Paola (conhecida como Il Fontanone, localizada no Gianicolo), proveniente do aqueduto renascentista Acqua Paola, e é um ponto de encontro e descanso para turistas e locais. Geralmente na praça sempre há espetáculos de artistas de rua.

A basílica atual começou a ser construída em 340 d.c., onde na verdade já existia um oratório.
Considerando que somente em 313, graças ao Edito de Constantino, deu-se liberdade de culto aos cristãos, a basílica foi um dos primeiros lugares oficiais de culto em Roma.

Na verdade ela nasce como comunidade religiosa em 38 d.c., graças a um interessante fenômeno sobrenatural: do terreno onde hoje a igreja foi construída, assim do nada jorrou um jato de óleo.
Isso foi considerado um sinal divino, por alguns inclusive interpretado como a volta de Cristo. No altar da igreja existe uma placa com a inscrição em latim fons olei (fonte de óleo), que indica o exato local onde jorrava a fonte de óleo milagrosa.

Sendo uma igreja de origem muito antiga, ela passou por várias mudanças arquitetônicas, e a forma que vemos hoje é predominantemente do séc XII.
Quase todo o travertino e mármore foram retirados das Termas de Caracalla. Muito provavelmente as colunas de granito também faziam parte de algum templo romano antigo ao interno das termas.

Todos os anos no mês de julho saem algumas importantes procissões da igreja, em comemoração da Festa de’ Noantri: uma manifestação popular que desde 1535 celebra o orgulho e as tradições populares do bairro Trastevere.
Para saber as datas e horário, visite o site da Festa de’ Noantri e sinta-se um verdadeiro trasteverino (nome dado aos moradores históricos do bairro).
Piso Cosmatesco em Santa Maria in Trastevere
Entretanto, o chão das igrejas romanas também é feito de muita história e de um trabalho precioso. Com certeza você já caminhou sobre um piso de mosaico cosmatesco, mas provavelmente nem se deu conta.

Como nasceu o piso de mosaico cosmatesco?
Também conhecido como cosmati ou cosmastesque pavement em inglês, o piso ganhou esse nome graças ao nome da estirpe de arquitetos e artesãos romanos de nome ou sobrenome Cosma (Cosme, em português), e que assinavam seus trabalhos como Cosma ou Cosmatus.
Foram quatro gerações que viveram prevalentemente no séc XII e XIII e que além de esculturas e vários motivos de decoração, especializaram-se em pisos de mosaico.

O termo Cosmastesco só foi cunhado oficialmente em 1860, quando foi publicado um artigo chamado Architettura Cosmatesca, pelo arquiteto e escritor Camilo Boitto.
Assim como grandes artistas e arquitetos como Michelangelo, Bernini, Caravaggio que trabalharam diretamente com muitos papas e cardeais, os Cosmati desde o ano 1100 já trabalhavam seus mosaicos em mármore para importantes clientes e mecenas.
Além de ser um lindo motivo decorativo, o que também faz com que esses pisos sejam de enorme importância, é porque pelo menos os que não foram restaurados, utilizavam restos de mármores reciclados dos edifícios monumentais da época do Império Romano.

Quando vemos, por exemplo, esses círculos em vermelho bordeaux, quase sempre se trata do mármore chamado “Pórfiro Vermelho”, o qual era importado do Egito.
No Império Romano, esse mármore era de uso exclusivo dos imperadores. Portanto só o encontrávamos nas construções imperiais.
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