Visitar Roma e arredores, além do Vaticano, é uma ótima oportunidade para poder conhecer (ou aprofundar o conhecimento) do trabalho em um dos mais importantes escultores italianos dos nossos tempos: Arnaldo Pomodoro.
Pomodoro nasceu em 1926 e seu irmão Giò Pomodoro (falecido em 2002) também era um escultor.
No site da fundação que leva o seu nome, o escultor afirma que uma exigência prioritária do seu trabalho é que haja sempre uma relação da obra com o ambiente no qual é colocada.
Pomodoro ficou famoso pelas suas “esferas de bronze” espalhadas pelo mundo afora, como aquela da sede da ONU em Nova York, ou da Universidade de Tel Aviv e também no Trinit College de Dublin.
Existem algumas esculturas de Arnaldo Pomodoro em Roma, algumas em espaços públicos e outras dentro dos museus.
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A esfera de bronze dos Museus Vaticanos
Assim que entramos no Cortile della Pigna (Pátio da Pinha), um dos pátios externos dos Museus Vaticanos, damos de cara com a enorme esfera de bronze que quase ofusca a importância da Pigna, uma enorme pinha, escultura do séc. I-II d.C., que originalmente era usada no meio de um chafariz.
A pinha está no pátio dos Museus Vaticanos desde 1608 e a esfera, criada nos anos 80, foi doada em 1990 pelo próprio escultor.
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A esfera de bronze dos Museus Vaticanos está apoiada em uma base, fazendo com que ela gire lentamente graças ao vento. De todas as esferas e demais obras em Roma (e Vaticano) essa é a mais bem conservada. Parece que saiu da embalagem ontem!
A esfera de bronze da Farnesina
Ao lado do estádio Olímpico e do Foro Itálico, dois complexos fascistas dos anos 20, e em outro pátio, encontramos mais uma das esferas de bronze do escultor. Ela fica na frente da Farnesina, a sede do Ministério das Relações Exteriores italiano.
A esfera foi criada em 1968 e no mesmo ano foi posicionada no pátio de um dos prédios que, em Roma, é um dos grandes exemplos de obras do racionalismo italiano.
A pequena esfera de bronze da Galleria Nazionale di Arte Moderna
Estamos tão acostumados a ver esferas de bronze grandes e imponentes, que é quase uma surpresa descobrir a pequena esfera que se encontra na GNAM, a Galeria Nacional de Arte Moderna de Roma.
Ela foi esculpida em 1963, portanto precede de mais de duas décadas as outras esferas grandes que se encontram espalhadas pelo mundo afora.
O “obelisco moderno” incompreendido e abandonado
Uma das mais imponentes esculturas de Arnaldo Pomodoro foi posicionada em uma das praças mais feias e abandonadas da cidade, no periférico e burguês bairro EUR. Aqui na cidade temos monumentos e esculturas altamente controversos, como o Vittoriano e a estátua do Papa João Paulo II, em Termini.
Podemos dizer que o obelisco de Pomodoro se uniu a esses. Não porque a sua estética seja de gosto duvidoso. Mas a primeira pergunta espontânea que surgiu era: por que colocar essa escultura cônica ou fálica no meio de uma praça sem a menor graça ou importância, que na verdade é um estacionamento ao lado do ponto final de alguns ônibus?
Primeiro foi necessário explicar o que a escultura representava. A escultura, cujo nome é Novecento, deveria ser uma espécie de obelisco moderno, um marco para quem vem de zonas mais periféricas e chega em Roma passando pelo bairro EUR. Outra razão foi justamente tentar dar um pouco de dignidade e esplendor à praça. Mas não funcionou.
A verdade é que o chafariz que deveria circundar a escultura nunca foi ativado, e a escultura ainda é um assunto para muitas polêmicas
Fui até lá fotografar e, sim, o lugar é horrível!
O arco de Pomodoro, em Tivoli
Bem no meio da piazza Garibaldi, uma das principais praças de Tivoli e a primeira visão que temos da cidade após percorrer a estada estatal Tiburtina, também existe uma escultura de Pomodoro.
Ela se chama Arco dei Padri Costituenti e foi inaugurada em 2009, após grandes obras de reforma da praça.
Importante dizer que essa praça fica bem pertinho da entrada da Villa d’Este, portanto, não perca a chance de vê-la.
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