O Cenáculo Davinciano ou Última Ceia do Leonardo Da Vinci é uma pintura parietal de 4,60m x 8,80 m e fica em Milão, no refeitório do convento localizado ao lado da igreja de Santa Maria delle Grazie.
É considerada uma das obras mais importantes do artista e, uma das poucas que permanecem na Itália, uma vez que Leonardo se transferiu para a França em 1517, levando consigo obras importantes, como, por exemplo, a Monalisa.
A igreja foi encomendada pelo duque de Milão, Ludovico Sforza, o qual pretendia colocar o túmulo da família nessa igreja.
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Toda a parte arquitetônica havia sido concluída por um grande arquiteto, Donato Bramante, que alguns anos depois será encarregado pelo Papa Júlio II na construção da atual Basílica de São Pedro, no Vaticano.
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Portanto, com a obra concluída, era necessário convidar artistas para a decoração da igreja, do convento, do refeitório, enfim, de todos os ambientes. A Leonardo Da Vinci foi confiado o refeitório.
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Anos de realização da última Ceia de Leonardo Da Vinci
Enquanto o grande arquiteto Donato Bramante trabalhava na arquitetura da igreja de Santa Maria delle Grazie, os frades domenicanos indicaram a Leonardo o local da pintura: a parede do refeitório do convento.
A última ceia do Leonardo da Vinci, também conhecida como Cenáculo de Da Vinci ou Cenáculo Davinciano foi pintada em quatro anos, um trabalho cuidadoso e minucioso que durou do início de 1494 a fevereiro de 1498.
Técnica pictórica do Cenáculo e conservação
Apesar de naqueles anos termos muitas pinturas famosas realizadas com a técnica do afresco, o trabalho de Leonardo não o é.
Leonardo escolheu aplicar na parede a mesma técnica pictórica dos quadros: pintou a seco em cima de um reboco de gesso, utilizando tinturas e óleos. Ou seja, uma pintura a óleo aplicada em uma parede.
À diferença do afresco, que tinha que ser elaborado rapidamente para que a parede não secasse, a pintura a óleo permitia uma elaboração mais lenta e várias correções.
Obviamente essa escolha, influenciou enormemente no estado de conservação da pintura. Devido à umidade da parede, em 1517 temos registros que já tinham sido feitos pequenas restaurações.
Para piorar mais ainda, no século 19 as tropas de Napoleão Bonaparte utilizaram o refeitório como quartel e, além disso, o refeitório foi bombardeado durante a segunda guerra mundial.
Entre 1978 e 1999 foram feitas grandes obras de restauração e conservação do ambiente, de modo a redescobrir as cores originais do cenáculo de Leonardo Da Vinci.
As inovações da Última Ceia do Leonardo Da Vinci
Obviamente não era a primeira vez que um artista, famoso ou não pintava a última ceia. Essa era uma iconografia cristã muito conhecida, mas Leonardo foi o primeiro a criar algo de novo.
Em todos os cenáculos pintados até então, Judas nunca estava ao lado dos apóstolos, ele sempre era colocado do outro lado da mesa, o que fazia com que o espectador imediatamente identificasse quem era o traidor.
Além disso, muitas vezes Judas era retratado com vestidos escuros, com um rosto carregado de maldade e até mesmo com o diabo falando no seu ouvido.
Um exemplo disso é o cenáculo pintado na Capela Sistina, entre 1481-1482, pelos artistas Cosimo Roselli e Biaggio d’Antonio.
Leonardo, ao invés, ao pintar a sua última ceia, permanece fiel ao texto bíblico, conforme descrito no evangelho de Mateus. Em Mateus 26:20-23 temos a descrição da cena, em que todos os apóstolos estão sentados juntos e nada indica que Judas esteja separado ou do outro lado da mesa.
E, chegada a tarde, assentou-se à mesa com os doze.
E, comendo eles, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair.
E eles, entristecendo-se muito, começaram cada um a dizer-lhe: Porventura sou eu, Senhor?
E ele, respondendo, disse: O que põe comigo a mão no prato, esse me há de trair.
Portanto, vemos a agitação, a preocupação dos apóstolos em saber quem será o traidor. Pedro, inclusive pergunta a Cristo se será ele a trair o mestre.
No rosto de cada um deles vemos todos que gesticulam muito com as mãos e seus rostos exprimem reações diferentes: raiva, desdenho, surpresa, estupor!
Os personagens são vivos, cheios de sentimento. Existe um grande realismo anatômico na representação dos corpos e dos sembrantes. Como descrito em Lucas 22:21-23
Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa.
E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído!
E começaram a perguntar entre si qual deles seria o que havia de fazer isto.
Judas se contrai e se preocupa somente em segurar uma bolsinha com o dinheiro, enquanto com a outra mão se prepara para molhar o pão no vinho.
A originalidade da cena também se dá pelo perfeito uso da perspectiva. Leonardo escolhe uma cena de “pessoas à mesa” em um refeitórios onde os frades se alimentavam.
A cena pintada é como se fosse uma continuação do refeitório com o olhar do espectador concentrando-se inicialmente em um ponto focal, Cristo, e depois analisando detalhadamente cada aspecto da cena.
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Como visitar a Última Ceia de Leonardo em Milão
Um ótimo motivo para visitar Milão é poder conhecer a Última Ceia do Leonardo Da Vinci. Como outros passeios na Itália, essa visita deve ser reservada com antecedência. Não é possível comprar ingressos na hora.
Onde fica a Última Ceia de Leonardo?
A obra fica na sua posição original, ou seja, o refeitório da Igreja de Santa Maria delle Grazie. Hoje o lugar virou um museu, chamado de Museo del Cenacolo Vinciano.
O endereço é a Piazza di Santa Maria delle Grazie e a entrada fica em um edifício amarelo coladinho na igreja.
Ingressos, dias e horários para visitar a Última Ceia em Milão
O site de vendas oficial da Última Ceia do Leonardo Da Vinci é o https://cenacolovinciano.vivaticket.it/. Programe-se para comprar os ingressos com pelo menos 2 meses de antecedência.
As vendas também são feitas por telefone, no número +39 02 92800360, com atendimento em italiano e inglês. Se você não conseguir online, tente a compra por telefone. Talvez por mais pessoas comprarem online (mais fácil e mais barato), sempre há uma certa disponibilidade maior e com menos antecedência.
Enfim, mais recentemente, também foi disponibilizado um e-mail para vendas:
O ingresso custa 17 euros (15 euros o ingresso em si e 2 euros o custo do serviço de reserva). Além disso existe a possibilidade de alugar um áudio-guia que custa 3,50, com disponibilidade em várias línguas, mas não em português. (Atualização: devido a emergência COVID, não estão disponibilizando áudio-guias)
Leia bem as informações do site, onde está escrito claramente que é necessário chegar ao local com pelo menos 20 minutos de antecedência para retirar os ingressos.
Você também pode comprar o ingresso para a Última Ceia do Leonardo e outras atrações de Milão no site Get Your Guide, com direito a reembolso se desistir da visita.
Fonte Bibliográfica: L’Arte di vedere 2. Editora: Pearson.
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Respostas de 9
Simplesmente um passeio imperdível em Milão, ver o quadro da Ultima Ceia deve ser simplesmente inesquecível. Valeu pelas dicas
Nossa, eu morro de vontade de conhecer a Última Ceia! Quero muito ir pra Milão fazer esse passeio. Obrigada pelas dicas
Confesso que não sabia que a Ceia de Leonardo da Vinci estava em Milão e adorei saber tantas curiosidades da obra, muito interessante o post.
Visitei Milão bem rapidinho mas, em minha próxima viagem a Itália, espero ter mais tempo para ir ver essa obra tão maravilhosa chamada A Última Ceia de Leonardo da Vinci.
Muito interessante saber que a última ceia de Leonardo da Vinci é uma das únicas obras que ficaram na Itália com a mudança do pintor a França. Adorei saber essas curiosidades e história.
Eu comprei com muita antecedência, pois tinha pouco tempo em Milão. Aproveitei para combinar com um city tour na parte histórica, com guia local. Bons momentos!
Caramba, eu não sabia que a Última Ceia do Leonardo Da Vinci está em Milão.
Morro de vontade de conhecer a cidade, e sem dúvida é uma atração que não dá para deixar de fora do roteiro!
Adorei as dicas.
Obrigado!
Com certeza você vai curtir Milão e é muito emocionante ver a última ceia.
A obra a Última Ceia do Leonardo Da Vinci é maravilhosa mas aquele contexto, na cozinha é incrível mesmo. Me lembro da sensação incrível que tive ao ver a obra pela primeira vez. Maravilha!