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Por que a Guarda do Vaticano é suíça?

A Guarda Suiça Pontifícia, nome oficial da guarda suíça, ou “guarda do papa” deve ser uma das guardas mais fotografadas do mundo.

Afinal, todos aqueles que visitam a Basílica de São Pedro acabam fotografando os guardas vestidos a rigor, no seu uniforme colorido.

Em todas as cerimônias oficiais nas quais o papa está presente e também para ter acesso a alguns dos ambientes do Vaticano, lá está presente a guarda do papa.

A guarda também possui um aspecto que deixa muitas pessoas curiosas e encantadas: seu uniforme colorido e com cores vibrantes, e há quem diga que o desenho do uniforme foi feito por Michelangelo. Será mesmo verdade?

Mas o cinema também deu o seu empurrãozinho para a fama da guarda do papa. Quem não lembra das intrigas e suspense do filme Anjos e Demônios?

Sempre sérios e compenetrados, como deve ser uma guarda com tamanha responsabilidade. | Crédito: Shutterstock

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Mas você sabe por que a Guarda do Vaticano é suíça?

Tudo começa com um ditado: “morto un papa se ne fa un altro” (tradução livre: morto um papa, se elege um outro), mais ou menos o correspondente do nosso “rei morto, rei posto”.

Muitos eram os motivos para desejar o poder de um papa, assim como muitos eram os motivos para desejar estar no lugar de um monarca. Entre complôs, destituições e mortes (segundo as teorias complotistas, nem sempre por causas naturais), um papa tinha que zelar pela sua segurança.

A história do papado teve papas realmente detestados pelos seus “súditos”, como também por parte do clero. Um exemplo foi Papa Alessandro VI, ou papa Borja, pai da famosa Lucrécia Borja.

Quando seu sucessor foi eleito (Papa Júlio II), mandou construir novos aposentos, porque só a ideia de dormir no mesmo quarto de Borja, lhe dava calafrios.

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No início: a guarda do papa era mercenária

Os primeiros guardas suíços eram mercenários. Sim, mercenários! Em 1506 Papa Júlio II (o mesmo que encomendou o Moisés a Michelangelo, que mandou pintar o teto da Capela Sistina e que mandou construir a Via Giulia, que naquela época era a rua mais comprida de Roma, com 1 km de extensão), resolveu confiar a sua segurança a um exército de mercenários suíços.

Na história das grandes monarquias era muito normal que um rei contratasse mercenários estrangeiros, tanto para aumentar o contingente do exército nacional, quanto em situações em que não confiava mais no exército que o servia.

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Fonte: Wikiwand. Licença Creative Commons CC BY-SA 4.0

Na verdade, não era a primeira vez que um papa utilizava serviços de mercenários suíços, mas Papa Júlio II tinha mesmo a intenção de formar um exército fixo.

Por isso em 22 de janeiro de 1506, 150 soldados entraram em Roma, passando pela Porta del Popolo, na Piazza del Popolo, em direção ao Vaticano.

De mercenários a guarda da mais alta estima e confiança

A guarda suíça não tinha só a função de guarda-costas do papa. Mas de defender o Vaticano, tendo sido cruciais em batalhas, invasões e complôs.

Apesar da sua importância, a grande virada na passagem de guarda mercenária a guarda oficial do papa, se deu em 1527.

Naquele ano o imperador Carlos V tentou dominar Roma e destituir o poder papalino. Mandou um exército enorme de mercenários que dominaram e destruíram Roma durante vários meses de assédio.

Um mercenário lanquenê. | Crédito: Shutterstock

Esse exército mercenário de origem alemã se chamava lansquenete ou lanquenê (do alemão landsknecht). Em italiano o termo é lanzichenecchi e é uma palavra sempre recordada desse período difícil no qual Roma foi massacrada por vários meses.

De 189 guardas suícos, somente 42 sobreviveram à batalha para proteger a vida do Papa Clemente VII, a qual ocorreu em 6 de maio de 1527.

Esses 42 foram justamente aqueles que escoltaram o papa até a fortaleza do Castelo Sant’Angelo, passando pelo Passetto di Borgo, o “corredor secreto e fortificado” que liga o castelo à Piazza San Pietro.

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Ao fim da batalha, foram contratados mercenários espanhóis, que desertaram e somente os suíços permaneceram como guarda do papa.

Ter dado a vida pelo pontífice, apesar de mercenários, fez com que a guarda suíça ganhasse estima e confiança. O seu moto em latim é “Acriter et Fideliter”, ou seja, “Com coragem e fidelidade”

Assim, com o tempo, os mercenários de outras nacionalidades foram pouco a pouco substituídos por novos guardas suíços. Em tempos de paz, decidiu-se definitivamente por guardas suíços para fazer a segurança do papa, além de seis oficiais e um comandante.

Quando em 1929 o Vaticano virou um Estado, a guarda suíça virou o exército oficial do Vaticano. Durante a segunda guerra mundial o contingente chegou a ter 300 soldados, para garantir não somente a segurança no novo Estado, como também acudir a população civil que buscava refúgio nas dependências do Vaticano.

Atualmente a guarda suíça é composta de 6 oficiais, 26 suboficiais e 78 soldados, segundo a Wikipedia. Todos são militares rigorosamente de nacionalidade suíça. Muitas vezes na passagem e troca da guarda, os vemos bater continência e pronunciar os comandos em alemão.

Mas sendo a suíça um país oficialmente trilíngue, e tendo o italiano como língua de alguns cantões, a maioria dos guardas conhece bem o italiano e também o francês.

Para conhecer mais sobre a guarda suíça, você pode visitar o site oficial em http://www.guardiasvizzera.va/content/guardiasvizzera/it.html e também a página no Facebook, com muitas fotos do corpo militar e do dia a dia dentro e fora do Vaticano: https://www.facebook.com/gsp1506

O uniforme da guarda suíça foi mesmo desenhado pelo Michelangelo?

O que sabemos com certeza é que o uniforme que hoje a guarda suíça usa foi desenhado por Jules Répond (que foi comandante entre 1910 e 1921) com base no modelo que se atribui a Michelangelo.

Seria muito bom pensar que esse foi mais um dos projetos do gênio do Renascimento, mas não existe alguma prova certa ou esboço que nos confirme ao 100% a partenidade do projeto.

Mesmo sendo um uniforme desenhado já no século 20, ele imita o modelo dos uniformes de final de idade média e início do Renascimento

As suas cores alegres: azul, vermelho e amarelo foram escolhidas pelo papa Leão X porque eram as cores que representavam o clã e os brasões da sua família, os Médicis.

O capacete é decorado com uma pluma vermelha e as luvas são brancas. Além disso eles não utilizam coturnos ou botas: vestem meias que vão até os joelhos.

A guarda suíca na literatura e cinema: Anjos e Demônios

A guarda do papa sempre foi muito famosa, mas o que talvez tenha feito com que fizessem muito mais sucesso, é a literatura e também o cinema.

No Filme Anjos e Demônios do autor Dan Brown, a guarda suíça participa bastante de cenas mirabolantes e alguns complês durante o conclave e eleição do novo papa.

A guarda suiça durante a missa com o papa. | Crédito: Shutterstock

Pelo filme podemos ver toda essa aura de mistério e muito rigor do corpo de guarda de sua santidade.

Isso faz com que, atualmente, mais e mais turistas, atraídos pela trama cinematográfica, queiram tirar fotos dos guardas.

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Respostas de 2

  1. de fato a história do Papado também é bem cheia de guerras crueldades e traições… Teve um deles que era junto com a própria mãe… Isso também é historia… claro que bem escondida pela igreja…

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