No último feriado de páscoa decidimos ir contra a corrente: enquanto muitos dos residentes de Roma estavam engarrafados na autoestrada indo para a Toscana e para a Umbria, fomos em direção de Nápoles e para além.
Escolhemos visitar algumas cidadezinhas do sul da Itália, concentrando a nossa visita aos maravilhosos templos gregos de Paestum.
O Sul da Itália teve várias colônias gregas, e uma das mais famosas é aquela de Agrigento, na Sicília. O lugar mais a norte onde os gregos chegaram e fundaram uma colônia foi em Paestum (nome dado posteriormente pelos romanos) e imediatos arredores. A cidade em origem chamava-se Poseidonia.
A cidade antiga de Poseidonia foi fundada pelos aqueus (a mesma população grega da Ilíada, de Homero) em 600 a.C. O local foi escolhido pela sua terra fértil, e graças também à proximidade com o mar, o clima é ótimo.
Na área arqueológica há três grandes templos gregos, que nos dá a impressão de estarmos no Parthenon de Atenas e não no Sul da Itália. Eles são: o templo de Atenas (VI sec a.C.), o templo de Hera (do ano 530 a.C.) e o templo de Netuno (metade do séc V a.C.)
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Esses são os templos gregos em ótimo estado de preservação, inclusive, melhor do que muitos templos que estão na Grécia. Pelo simples fato que chegaram até os dias de hoje bem inteiros.
Depois dos gregos, a localidade passou ao domínio dos sanitas (população local) e posteriormente ao domínio do Império Romano (do séc II a.C. ao séc II d.C.). Dessa época encontramos as ruínas do Fórum Romano e de um anfiteatro, ou seja, os romanos construíram por lá um “Coliseu em miniatura”.
As ruínas romanas estão bem menos conservadas, e o que chama mesmo a atenção e o que atrai os milhares de turistas ao local são os templos gregos e o museu arqueológico.
O Museu Nacional Arqueológico de Paestum
Talvez o museu arqueológico mais famoso da Campania, seja o de Nápoles, que conserva os restos de Pompeia e Herculano.
Apesar de menor, o Museu Arqueológico de Paestum é riquíssimo, principalmente o andar térreo onde encontram-se as cerâmicas antigas e os túmulos gregos.
O que vemos hoje em Paestum é somente uma pequena parte de uma antiga colônia, e em cidades dos arredores também è possível ver outras acrópoles, necrópoles e ruínas romanas.
O museu construído em estilo arquitetônico fascista (ou racionalismo italiano) tem no seu acervo maravilhosos túmulos que foram encontrados em escavações realizadas em 1968, quando foi descoberta uma enorme acrópole.
Posso testemunhar que é maravilhoso observar as formas de arte, mesmo que funerárias, de séculos antes da era cristã. Mas o auge da visita ao museu é a sala onde encontra-se a Tomba del tuffatore (Tumba do Mergulhador).
Estima-se que o túmulo seja do ano 480 a.C. e foi encontrato intacto em 1968! Ele era pintado com afrescos que mostravam um simpósio grego. Segundo a Wikipedia: Cinco ‘simposiastas’ estão sendo mostrados, reclinados em poltronas, da esquerda para a direita; o primeiro está chamando o simposiarca para encher seu copo, o segundo está tocando o kottabos, o terceiro está chamando outros indivíduos.
O afresco visto ao vivo e a cores é lindíssimo. E também há tevês nas laterais, com um vídeo educativo, mostrando como era o túmulo montado. Na verdade o afresco com o mergulhador, era a tampa da tumba.
Endereço do Museu Nacional Arqueológico de Paestum e Área Arqueológica de Paestum
Ambos estão incluídos no passe Campania Card, conforme descrevemos no post: Passes para visitar Nápoles, Costa Amalfitana e arredores.
Via Magna Grecia 919, Capaccio Paestum (SA)
Site: https://www.museopaestum.beniculturali.it/
Aberto todos os dias, das 8h30. O ingresso custa 7 euros e dá direito a visitar a área arqueológica + museu.
O sítio arqueolôgico fecha mais cedo, principalmente durante o inverno. Geralmente o horário de encerramento vai das 16h (janeiro) às 19h30 (julho). Para saber exatamente o horário de encerramento, visite a página de horários do museu: https://www.museopaestum.beniculturali.it/index.php?it/103/orari-tariffe
Chegar de trem até Paestum
Há uma estação de trem bem em frente a uma das entradas do sítio arqueológico. De Napoli até lá leva-se cerca de 1h15min com o trem regional. O preço do bilhete é de 5,90 euros com a Trenitalia. Esse pode ser um bate-volta perfeito para quem está na Costa Amalfitana.
As deliciosas muçarelas de búfala de Paestum
Dependendo do seu roteiro, programe uma viagem gastronômica no sul da Itália e curta todas as oportunidades de provar as iguarias regionais.
De norte a sul do país há verdadeiras delícias gastronômicas. Algumas delas conquistaram o paladar de todo o país e também do mundo inteiro, e outras ficam bem a nível regional mesmo.
Hoje contaremos a degustação de um dos produtos italianos que mais fazem sucesso no mundo: a muçarela de búfala.
Leia também:
- Passes para visitar Nápoles, Pompeia, Costa Amalfitana e arredores
- O que fazer em Pompeia [Guia com Mapas]
- Como chegar em Pompeia saindo de Roma
Tivemos o privilégio de irmos até um dos tradicionais locais de produção: Battipaglia, na província de Salerno. Essa localidade geográfica da Itália é conhecida como Cilento.
Caso a sua viagem inclua Nápoles, Pompeia, a Costa Amalfitana, ou se estiver viajando em direção ao sul da Itália, percorrendo a autoestrada Salerno-Reggio Calabria, faça um desvio de percurso e vá até Battipaglia ou Paestum.
Existem duas localidades famosas na Itália pelas muçarelas de búfala e ambas estão no sul. Além de Battipaglia (Salerno) também há grande produção em Mondragone (Caserta). Quem estiver viajando de Roma para o Sul, passará primeiro por Caserta e depois por Salerno.
Já saímos de Roma com os endereços dos produtores que queríamos visitar.
Como nosso objetivo também era conhecer Paestum, tivemos sorte, porque a fazenda que escolhemos ficava coladinha no sítio arqueológico e no museu arqueológico.
O produtor possui um pequeno restaurante, onde há várias opções para degustar os produtos da búfala crus (muçarela, ricota e outros queijos feitos com leite de búfala) ou pratos cozinhados (linguiças ou até guisado feito com a carne desse animal).
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O que comemos?
Nos trouxeram um amuse bouche que era um rocambole de muçarela de búfala com presunto cru e rúcula. Acompanhado de um cestinho de pães bem gostosinhos.
Pedimos uma panzanella de pão integral com tomates e uma muçarela de búfala. O garçom nos aconselhou a não pedir outro prato antes que terminássemos esse, porque provavelmente ele saciaria a nossa fome e não daria espaço para mais nada. Dito e feito!
Mas somos gulosos e decidimos provar a torta caseira recheada com ricota de búfala e peras. Estava muito boa.
O vinho que bebemos também era do território local.
Gastamos 34 euros para duas pessoas: prato principal, vinho (três copos), água, sobremesa e café.
No local também há um supermercadinho e vendem tudo o que a gente possa imaginar, feito com a carne ou o leite da búfula. Pasmem, mas até o sabão líquido do banheiro é feito com leite de búfula.
Foi ótimo, gostei da experiência de degustação de produtos da búfala, diretamente do produtor para a mesa. Só fiquei com pena de não ter podido ir também ao outro produtor. Isso porque mudamos de planos e resolvemos ir jantar em Castellabate.
Azienda Agricola Barlotti
Via Torre di Paestum 1 – Tel: 0828/811146
Site: https://www.barlotti.it/
Respostas de 4
Olá, Luciana! Devo ir a Napoles com dois adolescentes entre o final de janeiro e o início de fevereiro. Você recomenda a visita a Pompeia ou a Paestum neste período? É muito frio? Vale a pena ir com adolescentes (14 e 16 anos)?
Recomendaria Pompeia!
Saudações Luciana, será que saindo de Roma, é possível encaixar Paestum junto com a visita a Herculano e Pompeia, pousando 1 dia na região?
Em dois dias daria pra incluir a visita ao Vesuvio?
Ou precisaria de 3 dias pra visitar sem correria Vesuvio-Pompeia-Herculano-Paestum ?
Olá, Francisco
As visitas exigem muita caminhada e deslocamentos.
O ideal seria fazer um dia Herculano e Vesuvio e outro dia Pompeia-Paestum.
De todo modo, mesmo fazendo um dia Vesuvio, Herculano e Pompeia (o que eu acho muito cansativo mesmo), não teria como incluir Paestum no mesmo passeio.
Considere que, sendo passeios ao ar livre, além das caminhadas, ficamos muito expostos ao tempo, seja sol ou vento ou chuva.
Espero ter ajudado. Em caso de dúvidas, estou por aqui.
Luciana