A Monarquia Romana foi o primeiro sistema político organizado de Roma, depois que Rômulo fundou a cidade.
Como nos conta a lenda da fundação de Roma, a monarquia iniciou em 753 a.C, quando, após assassinar seu irmão gêmeo Remo, Rômulo marcou os limites sagrados da cidade como um arado, no Monte Palatino, e assim iniciou a história de uma das civilizações mais importantes do mundo.
Toda a época da monarquia romana, que vai durar até 509 a.C., abrange a vida de sete reis, com um governo que dura 250 anos.
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Rômulo (753 a 715 a.C.): primeiro rei de Roma
Como a monarquia foram estabelecidas importantes instituições constitucionais, políticas, religiosas e administrativas. Talvez uma das mais importantes seja o Senato, criado durante o reinado de Rômulo.
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O primeiro Senado Romano foi instituído escolhendo um conselho de homens anciãos, ricos, respeitáveis e de origem nobre, ou seja, famílias e clãs que existiam desde antes a fundação da cidade.
Todos os decendentes dessa classe rica se chamavam patrícios, e essa classe social que vai desempenhar um papel muito importante não só na Roma Monárquica, como na Roma Republicana.
Rômulo também foi o responsável por criar a Comitia Curiata (assembleia ou comício das cárias), que consistiu em dividir os cidadãos romanos em cúrias ou tribos.
Essa assembleia era responsável pelas leis, em aceitar e confirmar a nomeação dos reis, eleger juízes, decidir sobre guerras e paz.
Numa Pompílio (715 a 675 aC): o rei religioso
Após a morte de Rômulo, o segundo rei a ser eleito foi Numa Pompílio.
Ele é conhecido como o rei que instituiu e organizou a religião romana. Dizia que sua conselheira era ninfa Egéria, e que quase todas as noites ía até um poço de água para que ela desse conselhos sobre como gerir a política de Roma.
Com o seu reinado foram criadas várias classes de sacerdotes, inclusive as vestais votadas ao culto de Vesta. Numa instituiu também o direito canônico.
Reformulou o calendário e a ordem dos meses do ano, acrescentando os meses de janeiro e fevereiro.
Túlio Hostílio (675 a 642 a.C.): o rei das guerras
Com Túlio Hostílio, Roma voltará aos tempos de Rômulo, ou seja, muitas guerras e conflitos para garantir a hegemonia da cidade.
Será nesse período da monarquia que acontecerá uma das batalhas mais famosas, aquela que envolve os Horários e os Curiácios, e graças à perspicácia de um dos Horários, Roma sairá vitoriosa.
Além da guerra contra a cidade de Alba Longa, Roma também lutará contra os sabinos, latinos e etruscos.
Durante o reinado de Túlio Hostílio, muitas famílias patrícias pertencentes as povos conquistados foram aceitas em Roma, aumentado então assim a classe nobre romana.
Anco Márcio (642 a 616 a.C.): o fundador de Ostia
Anco Márcio tinha sangue azul: era sobrinho do rei Numa Pompílio.
Assim como o tio, deu muita importância às reformas religiosas. Além disso, conquistou muitas tribos latinas, transferindo essas populações e dando origem assim à plebe ou ao povão de Roma.
Um dos motivos que fazem com que Anco Márcio seja lembrando na história de Roma, é por ele ter conquistado a foz do Rio Tibre, dando assim origem à cidade de Ostia, grande parte que hoje faz parte das escavações do sítio arqueológico de Ostia Antiga.
A esse rei também é deputada a construção da primeira ponte de Roma que atravessava o Rio Tibre: a ponte Sublício.
A monarquia romana até aqui não previa a passagem do trono por linha hereditária.
Após a morte de Anco Márcio passamos ao que chamamos de “a época dos reis etruscos”.
A Monarquia Romana na época dos reis etruscos
É impossível falar da história de Roma sem estudar e mencionar a civilização dos etruscos.
Os etruscos foram um povo altamente desenvolvido e civilizado, que viveu em época bem anterior à existência de Roma, e ainda sobreviveram durante a imposição de Roma como potência política e militar.
Um dos principais territórios na Itália, onde temos grandes testemunhos da época etrusca são os arredores de Roma, e muito mais ainda na Toscana.
A partir da época da fundação de Roma houve um misto entre migração, conquistas, guerras e assimilação da cultura etrusca pela cultura romana. Aliás muito do que hoje damos por certo como “civilização romana”, é na verdade uma grande herança da cultura etrusca: cultos religiosos, aquedutos, inclusive a Cloaca Máxima, a maior rede de água e esgosto de Roma.
Quando estudamos a história de Roma, temos a impressão que os romanos, para fazerem alianças políticas com os etruscos, deram a chance a esse povo de fazer com que cidadãos ilustres, ricos e já chefes de clãs etruscos, se tornassem reis de Roma.
O que, ao invés, muitos historiadores acreditam, é que nesse período da Roma Antiga, era a civilização etrusca a dominar a civilização romana.
Os três reis etruscos foram: Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio, Tarquínio “o Soberbo” e a partir dessa época o poder passou a ser transmitido por linha hereditária.
Tarquínio Prisco: o primeiro dos reis etruscos (616 a 579 a.C.)
Tarquínio Prisco, imigrou de Tarquínia (cidade entre Roma e Toscana), hoje um dos principais sítios arqueológicos etruscos na Itália).
O rei, que usava o nome de Lucumone (nome dos chefes dos clãs etruscos) adotou um novo nome, que unia seu lugar de origem a um nome romano.
Além de muitas guerras contra os povos inimigos de Roma, como os sabinos, os latinos e os próprios etruscos, Tarquínio Prisco é conhecido por ter construído a Cloaca Máxima e ter feito grande obras permitindo que uma área úmida e alagada, se transformasse no que hoje conhecemos como Fórum Romano.
Da época do seu reinado também data a construção do Circo Máximo.
Sérvio Túlio: o rei-escravo (579 a 535 a.C.)
Segundo a tradição, Sérvio Túlio era filho da escrava que servia Tanaquilla, esposa do rei Tarquínio Prisco.
Apesar da origem humilde, favorecido pela deusa Fortuna, conseguiu ser rei de Roma.
Durante o seu reinado foram feitas várias reformas políticas e administrativas, inclusive aquela que dividia patrícios (nobres) e plebeus (todos aqueles que eram cidadãos livres, mas sem origem nobre) em duas classes com pleito eleitoral.
Além disso, Servio Túlio realizou várias reformas no exército e estabeleceu a centúria, uma unidade de infantaria do exército romano, com cerca de 100 legionários, e cujo comandante era o centurião.
O rei morreu de maneira trágica, quando sua filha e seu genro, o assassinaram.
Tarquínio “O Soberbo”: o rei expulso de Roma (535 a 509 a.C.)
A monarquia romana se encerra com o reinado de Tarquínio “o Soberbo”.
Lúcio Tarquínio casado com Túlia, filha de Sérvio Túlio, tramou uma conjura e assassinou o sogro para subir ao poder. Alguns historiadores, afirmam, que ele era um sobrinho ou filho ilegítimo do rei.
Tarquínio “O Soberbo” passou à história como um rei assassino, que perseguiu senadores, oprimiu o povo.
Apesar de toda essa antipatia, foi o rei que consegiu garantir a supremacia de Roma em relação a todos os povos inimigos.
Foi expulso de Roma em 509 a.C. Apesar das tentativas de reaver o reino, morreu exilado em Cuma (atualmente as cidades de Bacoli e Pozzuoli, na proximidade de Nápoles).
Quanto terminou a monarquia romana?
Com o fim da monarquia romana, inicia-se a República Romana, que vai durar até o final do primeiro século antes de Cristo.
Um dos fatos que marcará o fim da República, será o assassinato de Júlio César, em 15 de Março de 44 a.C.
Outros textos de história e cultura romana:
- Coluna de Trajano: a conquista da Romênia no Império Romano
- Império Romano: História e Curiosidades da Roma Antiga
- Ara Pacis: o altar da paz do Imperador Augusto
- Arcos do Triunfo de Roma: quem construiu os arcos romanos?
- Números Romanos: invenção matemática da Roma Antiga