A Capela Sistina é um dos marcos mais emblemáticos da história da arte e da cultura ocidental, localizada no Vaticano.
Construída durante o pontificado do Papa Sisto IV, a capela é mundialmente conhecida pelas suas impressionantes pinturas de Michelangelo.
O teto com o tema da criação do mundo e o afresco do Juízo Final são duas das obras mais famosas e influentes da história da arte, atraindo milhões de visitantes de todo o mundo.
Portanto, vamos conhecer um pouco mais sobre a sua história, e também dicas práticas como: comprar ingressos, horário, percurso nos Museus do Vaticano, gratuidades e mais detalhes para fazer da sua visita algo muito prazeroso.
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Que tal um índice para você ir direto às informações mais interessantes sobre a Capela Sistina?
- As duas fases do teto da Capela Sistina com Michelangelo
- Como visitar a Capela Sistina?
- Em que dias e horários visitar a Capela Sistina?
- Qual o preço da Capela Sistina?
- Onde comprar o ingresso para a Capela Sistina?
Antes de visitar a Capela Sistina: um pouco da sua história
A história da Capela Sistina começou com o Papa Sisto IV, quando ele decidiu reconstruir uma capela já existente no Vaticano. O seu objetivo era sediar importantes cerimônias religiosas, e é nela que é realizado o conclave para a escolha do Papa.
Obviamente, em sua homenagem, a capela foi batizada como Sistina.
Essa primeira Sistina foi pintada por por uma série de afrescos de renomados artistas renascentistas, como Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio e Pietro Perugino.
Ela foi consagrada em 1483. Nessa fase foram criados os painéis laterais que retratam o ciclo dedicado à vida de Moiséis (Velho Testamento) e o ciclo dedicado à vida de Cristo (Novo Testamento).
Entre as janelas também foram pintados 24 retratos de papas. Rafael Sanzio ainda colaborou desenhando uma série de tapeçarias que cobriam as partes baixas das paredes da capela. Os temas escolhidos foram histórias da vida de São Pedro e São Paulo. Hoje alguns tapetes estão expostos na Pinacoteca do Vaticano.
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As duas fases do teto da Capela Sistina com Michelangelo
Michelangelo pintou a Sistina em duas fases: primeiro o teto e, décadas mais tarde, o Juízo Final.
Em 1508, o ambiciosíssimo Papa Júlio II, o papa que começou a construção da nova basílica de São Pedro, deu a Michelangelo a incumbência de projetar o seu túmulo (cuja estátua mais famosa é o Moisés) e pintar o teto da Sistina.
Segundo fontes históricas houve muita briga. Michelangelo nunca tinha pintado afrescos e, muito desbocadamente, disse ao papa que a capela era um “celeiro” e que ele não iria fazer esse trabalho. Querendo ou não, ele trabalhou de 1508 a 1512 na sua grande obra de arte.
Michelangelo utilizou a técnica do afresco para ambas as obras, pintando diretamente na argamassa úmida, o que exige uma execução rápida e precisa. A composição e o detalhamento anatômico são notáveis, revelando o profundo conhecimento de Michelangelo sobre a forma humana. No teto, ele criou uma complexa arquitetura ilusória, dando a sensação de profundidade e movimento
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Em 1536, o Papa Clemente VII chamou Michelangelo para pintar uma paredona que ficava atrás do altar da capela. Segundo a história da arte, o Juízo Final é o símbolo de uma época tormentada por guerras, inclusive o saque de Roma.
Michelangelo terminou a pintura em 1541, aos 66 anos de idade, sob o papado de Paulo III. Era um artista maduro, mais seguro de si do que nunca. Com essa segunda pintura da capela, ele selou mais uma vez seu nome na história da arte.
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Como visitar a Capela Sistina?
A Capela Sistina fica dentro dos Museus do Vaticano, e ambos, por sua vez, ficam ao lado da Praça São Pedro e da Basílica de São Pedro.
Ela é o último ambiente a ser percorrido em um dos percursos principais percursos dos museus. O que isso significa? Não dá para ver só a Sistina, mas você tem que percorrer várias alas e para chegar até ela, é necessário pelo menos 1 hora de percurso.
Para chegar até os Museus do Vaticano, é só pegar a linha A do metrô e descer nas estações Ottaviano ou Cipro. São cerca de 5 minutos de caminhada do metrô até a porta dos Museus.
Endereço: Viale Vaticano
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Em que dias e horários é possível visitar a Capela Sistina?
Todos os anos o Vaticano publica um calendário com os dias e horários nos quais é possível visitá-la.
Em vias de regra os dias e horários são:
- De segunda a quinta-feira, das 9 às 18h, sextas e sábados até 22h para quem tem ingresso simples de 25 euros;
- De segunda a sábado a partir das 7:30 ou das 8:00 para quem quiser comprar ingressos vips, é possível tomar café da manhã nos Museus do Vaticano e depois visitar a Sistina antes da multidão
- Os Museus do Vaticano e, consequentemente a Sistina fecham aos domingos, com exceção dos últimos domingos do mês, quando são gratuitos, mas funcionam das 9 às 14h, com último ingresso às 12h
- Nos feriados santos e algumas datas festivas como: Páscoa, Natal, Reveillon, Todos os Santos, a Capela Sistina (e os Museus do Vaticano) fecham.
Para você ficar sempre por dentro do horário e dias de abertura da capela, visite o site oficial do Vaticano e procure o calendário do ano vigente. Site: www.museivaticani.va
Qual o preço da Capela Sistina?
O preço pode variar muito. Isso porque os Museus do Vaticano vendem vários tipos de ingressos (inclusive como já citei acima).
Ingresso comprado na hora e com filas quilométricas: 20 euros
Ingresso comprado online e com fura-filas: a partir de 25 euros
A partir dessas opções básicas, o site oficial e outros sites de revenda, como o Get Your Guide, oferecem: ingresso com café da manhã, com áudio-guia, passeio de trem do Vaticano até Castel Gandolfo.
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Onde comprar o ingresso para a Capela Sistina?
O ingresso pode ser comprado na bilheteria oficial no site www.museivaticani.va ou também no site do revendedor Get Your Guide.
Existem várias opções de preços, entradas e horários, uma vez que existem várias possibilidades de visita aos Museus do Vaticano, que é o lugar onde fica a capela.
Museus do Vaticano e Capela Sistina grátis para todos
No último domingo de cada mês, ou em alguma data especial, previamente decidida pelo Vaticano, todos têm direito à gratuidade.
No domingo da gratuidade, o museu funciona somente com horário reduzido, somente até as 14h e com última entrada às 12:30. A abertura é as 9h da manhã, mas as filas começam a se formar já a partir das 7 horas da manhã, quando não antes.
Ou seja, é grátis, mas não significa que seja fácil ou agradável, porque nessse dia o museu costuma lotar bastante! Arme-se de muita paciência. Confesso que não é pra mim!
Considerem que no verão, ficar até duas horas na fila pode ser uma péssima experiência!
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O que ver na Capela Sistina: cinco coisas interessantes
O teto e também a parede com a pintura do Juízo final são obras primas de uma beleza estonteante. Então digamos que há muito o que observar, mas vamos a cinco coisas mais do que interessantes para ver na capela.
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Representação de Deus em carne e osso: A Criação de Adão
Antes de Michelangelo todos os artistas haviam representado Jesus, Maria, os apóstolos, os profetas e todas as histórias da Bíblia. Os personagens sacros eram representados em carne e osso. Mas Deus, nunca! Geralmente via-se somente a mão de Deus saindo de uma nuvem.
Pela primeira vez um artista não só representou o pai eterno com um corpo musculoso (inspirado nos corpos gregos) e à semelhança do barbudo Zeus ou Júpiter. Para mim essa é um interessantíssimo detalhe pintado no teto da capela.
Juízo final: 391 figuras (inicialmente nuas) sob a égide de um Cristo implacável
Michelangelo pintou 391 figuras para o Juízo Final. No final dos tempos, Cristo é um juíz implacável.
A primeira curiosidade: Michelangelo havia pintado todos nus. Hoje vemos muitos personagens com panos cobrindo a nudez.
Essa censura aconteceu em 1564, após o Concilio de Trento e, por coincidência no mesmo ano da morte de Michelangelo. Um dos principais responsáveis por cobrir os nus foi o pintor Daniele da Volterra.
Um dos casos mais interessantes: São Biagio e Santa Caterina. Além de terem sido completamente vestidos, na versão censurada, o Santo não olha para o traseiro da santa, mas para o alto.
Nas restaurações feitas em 1979 e 1994 (graças a cópias dos desenhos feitas por pintores contemporâneos de Michelangelo, sobretudo o pintor Marcello Venusti, que tinha feito uma cópia perfeita do Juízo Final para o Papa Paulo III), foi possível tentar, no limite do possível, colocar as figuras novamente nuas.
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São Bartolomeu, o autorretrato de Michelangelo
Outra coisa interessante a observar é que Michelangelo representou a si mesmo na pele de São Bartolomeu. O santo é representado com uma faca na mão, símbolo do seu martírio e na outra, a própria pele, que lhe foi arrancada. Seu rosto é o autorretato do pintor.
Outra curiosidade: originalmente São Bartolomeu também estava nu. O pano preso foi resultado da censura.
Uma serpente morde as “parte baixas” de Biagio da Cesena: vingança pessoal de Michelangelo
Michelangelo se vingou de um desafeto na pintura! Biagio da Cesena era um mestre de cerimônias do Papa Paolo III.
Quando o Juízo Universal já estava quase pronto, Biagio começou a tentar convencer o papa que todas aquelas pessoas nuas era uma pintura muito imoral para a parede atrás de um altar.
Michelangelo, quando descobriu que Biagio falava mal dele pelas costas, se vingou na própria pintura. Retratou Biagio da Cesena como Minos, um dos juízes do inferno e pai do temível Minotauro.
Além disso, na pintura, uma serpente abocanha o p*nis de Minos. Biagio se reconheceu na pintura e foi reclamar com o papa, que nada fez contra Michelangelo.
O azul do Juizo Final: sinal de riqueza e de um artista afirmado
Quando analisamos uma obra de arte, há muitos detalhes técnicos que vão além da interpretação da obra. Me lembro que, nas aulas de história da arte, nos foi ensinado que a cor azul era extremamente cara, porque usava pó da pedra dura lapis lazuli.
Como a tinta não era paga à parte, mas era incluída no orçamento do pintor, podemos ver que: no teto e nos painéis laterais, pintados anos antes, muito provavelmente Michelangelo ficaria no prejuizo ao tirar do proprio bolso o dinheiro para usar a cor azul.
Já no Juízo Final, ou seu trabalho era tão caro a ponto de não fazer diferença abundar em azul, ou (hipótese muito mais provável), Michelangelo teve poder de negociação e pode ter sido o próprio papa a patrocinar a tinta azul para a pintura do Juízo Final.
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Respostas de 21
Adorei o post, muito informativo! Se entrar bem cedinho e for direto à capela, é possível retornar depois e ver o resto dos museus? Grato!
Sim, é possível. Mas é necessario passar por várias aulas dos museus antes de chegar na capela Sistina.
Olá Luciana,
Quero ver o papa na quarta feira, mas tenho dúvida. Depois de ver o papa é melhor ir pra basílica e depois aos museus e Capela Sistina ou ao contrário, chegar bem cedo visitar a basílica, ver o papa e depois os museus com capela Sistina? Obrigada pela atenção!
A Basílica só abre às 13h e a audiência com o papa costuma terminar, mais tardar, às 10:30h.
Perfeito! Muito obrigada por essas dicas e informações sobre a Capela Sistina, estou planejando minha viagem e seu blog está ajudando muito. Não vejo a hora 🙂
Que legal, Marcela.
Com certeza vc vai curtir muito a visita.
Eu nunca vi um post tão completo sobre a Capela Sistina! Juro!
Pra mim, esse é um dos lugares mais fantásticos que existem, mas se for desavisado, passa raiva.
Inclusive, foi muito bom você ter orientado a respeito da gratuidade do último domingo do mês, pois eu prefiro pagar e ter mais liberdade para ver apreciar a ter que ficar horas na fila e ainda não conseguir nem me mexer direito lá dentro. Arrasou!
Amei saber esses detalhes todos sobre a Capela Sistina! É uma obra tão famosa e cheia de detalhes, amei saber a parte “pessoal” nas imagens kkk essa da serpente é ótima!
A-DO-REI saber todas essas curiosidades da Capela Sistina, sobretudo da censura da nudez. E encarar o lugar de graça perigando ficar 2 horas na fila aff. Nem pensar mesmo!
A Sistina é mesmo uma fantástica história que foi nascendo e se tornando imponente em diferentes épocas.
Eu não faço a menor ideia de quando conseguirei viajar para Roma, mas já faz um tempo que estou me preparando psicologicamente para enfrentar a multidão que visita a Capela Sistina, uma atração que eu com certeza que ver!
O teto da Capela Sistina é simplesmente sensacional. Dá vontade de ficar um tempão só admirando. Pena que o tempo q eu tive na época que visitei foi corrido.
É algo impressionante mesmo!
Também fiquei surpresa com os ruídos que os turistas fazem e com os fiscais gritando pra ninguém tirar foto.
Muito bom saber mais da história da Capela Sistina. Eu fiquei chocada a primeira vez que visitei ela. Amei e fiquei um bom tempo admirando ela. E o melhor de tudo, a Capela estava vazia. Bons tempos quando viajar em fevereiro era sinal de paz e atrações vazias. =)
Muito bom. Parabéns. Ótimas informações.
Eu fiquei muuuito tempo observando essas pinturas, simplesmente me apaixonei e queria ter ficado ainda mais tempo com um binoculo shsusu
Pois é. Elas são realmente deslumbrantes. Abs, Luciana
Incrível o teto da capela Sistina! Eu não tive coragem de enfrentar as filas quando fui lá 🙁 realmente vale a pena comprar o fura fila! Obrigada pelas dicas
Como amei ler o seu post! A Capela Sistina é uma das minhas obras de arte preferidas. Foi muito emocionante conhecer ao vivo. Cada detalha é incrível e ler esse post antes da visita irá melhorar muito a experiência.Salvei o post para ler e reler várias vezes…
A Capela Sistina é lindíssima, mas se com ingresso pago já é uma super lotação, não gostaria nem de imaginar como é em dia gratuito. Gostei das dicas sobre o que observar, para quem vai sem guia já é um norte.
Concordo com você. Apesar de “visita grátis” parecer atrativo é quase inviável. Filas enormes e multidões lá dentro da Capela Sistina. Melhor garantir o ingresso antecipado. Depois de ler esse post estou até me sentindo um pouco melhor por saber que não sou a única que tem desafetos. Amei saber da vingança pessoal de Michelangelo contra seu desafeto. hahaha