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No Trastevere: Basílica de Santa Cecília e seus subterrâneos

O Trastevere é um bairro cheio de surpresas. Se ele atrai milhares de visitantes e moradores a causa da sua área medieval e da vida boêmia, também é importante saber é possível conhecer os subterrâneos do Trastevere, os quais, muitas vezes, estão por baixo das igrejas.

Ali, mergulhados no silêncio, podemos conhecer o passado antiquíssimo do bairro, além de construções e achados da época dos antigos romanos.

A Via di Santa Cecilia é uma rua bem pequenina, mas cheia de coisas bem legais: bares, uma livraria africana, uma livraria linda para crianças bem em frente à Basílica, etc.

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Santa Cecilia realmente é mais uma das maravilhosas igrejas romanas. E tem mais uma coisa positiva: não fica tão cheia de gente como outras igrejas famosas.

Dá para turistar, mas também ter um momento de recolhimento religioso, o que praticamente nunca dá para fazer em igrejas com muitos turistas.

O bairro Trastevere é dividido por uma avenida, o Viale Trastevere, onde passa o bonde 8. A parte esquerda (lado onde fica a Piazza Santa Maria in Trastevere) é bem cheia de bares, restaurantes, lojas, gente, gente, gente e mais gente.

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A parte que fica na direção oposta/de frente para o Gueto Hebraico e para a Isola Tiberina é bem mais calma mais gostosa para fazer um passeio (opinião super pessoal), principalmente para quem gosta de tranquilidade.

E tem uns becos lindos, como o Vicolo dell’Atleta, onde pode-se encontrar o resto de uma casa medieval. E é nessa parte menos badalada que fica a Basílica de Santa Cecilia.

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A Basilica foi construída em cima da casa onde Cecilia e seu marido Valeriano moravam. Eles foram mártires cristãos do Séc. III (a sua morte data entre 222 e 230 d.C.), cujos corpos haviam sido enterrados na Catacumba de São Calixto.

O primeiro núcleo da igreja foi construído no Séc. IX, e só em 1599 o corpo mumificado da santa foi trazido para a basílica.

O baldaquim da basílica

O Cardeal Sfrondati, o mesmo que havia decidido trazer o corpo de Santa Cecilia para a Basílica, encarregou o escultor Stefano Maderno (1570-1636) de reproduzir em uma estátua de mármore, a posição em que o corpo foi encontrado após a exumação.

A escultura é uma obra-prima, principalmente em reproduzir as ondas do tecido do vestido da Santa. Mas também pela sua delicadeza.

Os afrescos medievais de Pietro Cavallini

A basílica possui uma vida eclesiástica muito viva. Ao lado há o reitorado e o mosteiro de monjas beneditinas e monjas franciscanas. No mosteiro das monjas franciscanas existe um claustro românico e os restauros que foram realizados em 1900, trouxeram à luz afrescos de Pietro Cavallini, que é o máximo expoente da pintura medieval. Os afrescos datam de 1293.

Crédito das fotos: site das Monjas Beneditinas. Não é permitido tirar fotos no local.

Para ver todas as fotos do afresco, visite a galeria de fotos do site das Monjas Beneditinas.

Todos os dias é possível visitar a cripta, o mosteiro, o claustro e os afrescos.

Os surpreendentes subterrâneos da basílica

Mas a visita pode ser ainda mais interessante e surpreendente ao visitar os ubterrâneos da basílica. Por que considero a visita assim tão surpreendente?

Bom, hoje em dia quando a maioria de nós, turistas ou moradores, passa pelo Trastevere, o que nos salta aos olhos é a sua característica medieval. Sem falar também da vida boêmia do bairro.

Como já havia dito anteriormente, a basílica foi construída no local onde a santa havia morado junto com seu marido. O que a arqueologia trouxe à luz é que no local havia existido uma domus (que seria a “mansão” dos ricos na antiguidade) e que no séc II d.C., dos anos 98 a 138, época dos imperadores Trajano e Adriano, aqui nesse local foram construídas as insulae romane.

As insulae seriam prédios de apartamento, no mesmo estilo dos condomínios que temos nos dias de hoje.

Portanto, as escavações trouxeram à luz um pouco de tudo… veja a seguir:

O resto de um chão em mosaico, que sobreviveu quase 2000 anos e chegou bem inteiro até os nossos dias.
Antigas ânforas, muito usadas para armazenar azeite.
Antigas epígrafes latinas em placas de mármore e até sarcófagos.

Existe uma parte do subterrâneo ricamente ormanentada.

Uma imagem da santa, a qual reevoca os antigos mosaicos bizantinos

Endereço: Piazza di Santa Cecilia 22. A visita aos subterrâneos da basílica custa 2 euros. Basta ir até a sacristia, pagar e descer.

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