O primeiro triunvirato é o nome que se dá a um acordo não oficial estipulado na cidade de Lucca (Toscana) em 56 a.C.
O nome triunvirato vem do fato que o acordo foi estipulado entre três (tri) chefes políticos (viri); o qual, de maneira mais ou menos secreta, visava prevalecer sobre o Estado e a constituição republicana.
Os três importantíssimos personagens que fizeram esse acordo de colaboração eram: Júlio César, Marco Licínio Crasso e Gneo Pompeu Magno.
Eles eram considerados os “donos de Roma”: Júlio César após as suas vitórias era o líder indiscusso amado pelo povo e apoiado pelos exércitos desde a mais alta à mais baixa hierarquia, Pompeu Magno comandou importantes vitórias militares na Europa, no Oriente.
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Crasso, além de político e repressor da rebelião guiada por Spartacus, era considerado o homem mais rico de Roma e, com certeza um dos personagens mais ricos do mundo antigo.
O historiador antigo Plutarco afirmou que o encontro dos três homens era “uma conspiração que visava uma nova divisão do poder entre os três conjurados e à abolição da constituição”.
Como e por que nasceu o primeiro triunvirato de Roma?
César, Pompeu e Crasso tinham seus objetivos mais do que pessoais para desejarem se livrar do controle da constuição e do domínio do Senado.
Pompeu tinha nas costas mais de vinte anos de vitórias militares. Na guerra civil de Mário contra Sula, tinha se aliado com esse, e subido no carro dos vencedores. Nos anos seguintes, à frente dos seus comandos militares, venceu todas as batalhas das quais participou.
Quando retornou a Roma, apesar das honrarias e triunfos, de ter alcançado o maior grau do cursus honorum (ou seja, era um cônsul), o Senado demonstrou uma enorme hostilidade contra Pompeu. Temia que seu enorme poder pudesse ofuscar o poder dos senadores.
Como era praxe entre os generais, Pompeu pediu ao Senado que o autorizasse a distribuir entre seu exército congedado ao final da guerra, os territórios e bens confiscados aos inimigos. Seu pedido foi negado. Além disso, o Senado não retificou uma série de acordos políticos que Pompeu havia feito no Oriente.
Tudo isso com o intuito de enfraquecer o poder político de Pompeu.
De outro lado temos Júlio César, o qual, apesar do incontentável sucesso militar, nunca obteve um total consenso por parte do Senado.
Sua família era em parte de origem patrícia, em parte de origem plebeia, o que fez com que César apoiasse a facção do seu tio Mário (que perdeu a guerra contra Sula).
O fato que Júlio César tivesse um enorme consenso público, fez com que o Senado começasse a temer que ele pudesse restaurar a monarquia, e em um golpe, se autodeclarar o novo rei de Roma, o que anularia a constituição e o poder do Senado.
Ao retornar a Roma após as suas campanhas militares, César queria se candidatar ao cargo de cônsul. Mas, prevendo a oposição do Senado, precisava de apoio político e financeiro, portanto, encontrou esse apoio nos outros dois aliados.
Por fim, Crasso tinha no enriquecimento uma das principais razões para ser o terceiro braço dessa aliança.
Crasso vinha de uma família muito rica e politicamente influente, mas na famosa guerra pelo controle de Roma travada entre os anos 88-82 a.C. por Mário (representante da facção popular) e Sula (representanta da facção nobre), a família de Crasso havia apoiado o líder derrotado Mário.
Como punição, seua família teve parte dos seus bens confiscados. Mas na batalha de Sila contra os mitridates, Crasso se juntou ao antigo inimigo, venceu as batalhas e assim obteve o perdão.
Após reaver os bens da família, Crasso adotou a seguinte tática: comprava em leilão (e por um preço irrisório) os imóveis e terrenos confiscados aos inimigos de Roma, e os revendia por um preço muito mais alto.
Com o dinheiro ganho na especulação imobiliária, Crasso também se tornou comerciante de escravos e dono de mineiras de prata.
Porém, apesar da riqueza, ele não possuía grandes honrarias militares como César e Pompeu. Portanto, aliar-se com os outros dois, permitiria de aumentar ainda mais a sua riqueza e galgar fama política.
O primeiro triunvirato de Roma teve duas fases: 60 a.C. (acordo selado em Roma) e 56 a.C. (acordo confirmado em Lucca).
Em 60 os três homens já haviam feito um pacto informal. Jamais foi assinado um documento e alguns historiadores, como o já citado Plutarco, consideram o triunvirato nada mais, nada menos do que uma conjura.
Quatro anos depois, os três consideravam que seus objetivos pessoais não tinham sido alcançados e resolveram reafirmar o acordo. Desta vez, escolhendo Lucca (cidade fora da jurisdição sagrada de Roma).
O acordo principal do primeiro triunvirato de Roma era que Pompeu e Crasso apoiariam incondicionalmente a candidatura de César ao consulado. César, por sua vez, após ser eleito cônsul faria com que o Senado voltasse atrás e Pompeu pudesse distribuir as terras aos seus soldados veteranos. Enfim, Crasso teria apoio nas suas propostas políticas em mérito às licitações públicas.
O fim do primeiro triunvirato: a guerra entre Pompeu e César
Em 53 a.C. Crasso morreu na batalha de Carras, na Pérsia. Além de riquezas, buscava alcançar as mesmas vitórias e honras militares que César e Pompeu.
Com a sua morte, o poder de Roma estava nas mãos de César e Pompeu.
Ao terminar a sua campanha militar na Gália, César retornou a Roma a fim de finalmente se tornar cônsul.
Seu retorno não aconteceu de forma pacífica. O senado ordenou que César desmontasse as tropas e marchasse para Roma não como um comandante militar, mas como um simples cidadão à serviço da República. Além disso, Pompeu se aliara ao senado, que lhe concedeu o título de Cônsul.
César sabia que se marchasse para Roma como simples cidadão, jamais obteria o consulado. Decidiu então desobedecer e atravessou o Rio Rubicão com as suas trupas. O rio era considerado a fronteira sagrada do território sob jurisdição de Roma. Segundo os historiadores, ao atravessar o rio, César teria jogado a sorte com um dado e pronunciada a famosa frase: Alea iacta est (A sorte está lançada)
Pompeu não quis ficar em Roma para ver o que aconteceria, mas obteve o comando de uma província no Oriente, já que seu objetivo era ter tempo de armar um exército para, na eventualidade, se defender contra César.
O primeiro triunvirato de Roma estava definitivamente encerrado.
A fuga de Pompeu terminou com seu assassinato por parte de Tolomeu XIII, irmão de Cleópatra, que queria assim conquistar a simpatia de César e de Roma.
Ao retornar a Roma, trazendo Cleópatra a tiracolo, Júlio César não somente obteve o consulado, como foi eleito ditador perpétuo.
Permaneceu no poder, até seu assassinato em 15 de março de 44 a.C., com 23 punhaladas.
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