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O que fazer em Aosta: Um vale mágico entre Itália, França e Suíça

Aosta é a capital da região do Val d’Aosta, um vale encantado entre colinas e montanhas.

A cidade fica no norte da Itália, mais precisamente no noroeste, bem próxima à fronteira com a França e com a Suíça.

Aosta também é conhecida como a “Roma dos Alpes”, sua fundação aconteceu depois que os romanos venceram batalhas contra as populações locais, e começaram a colonização do território.

Seu nome vem de Augusta Praetoria. A cidade era um ponto estratégico para que os romanos controlassem de perto os gauleses e também para consolidar seu predomínio no noroeste da península itálica.

Não por acaso, ao pensar em o que fazer em Aosta, uma das principais atividades é visitar o rico patrimônio que os romanos deixaram na cidade: o Arco de Augusto, a Ponte Romana, a Porta Pretória, o Teatro Romano, o Criptopórtico Forense.

A cidade também possuía um anfiteatro, ou seja, por lá também rolavam batalhas entre gladiadores, como acontecia no Coliseu de Roma.

Obviamente a vida de Aosta continuou pela idade média, onde a cidade ganhou várias fortalezas e castelos (uma das características do Vale D’Aosta é a quantidade de forticifações), que foram utilizadas inclusive quando o Reino da Itália, já entre os séculos 18-19, precisou se defender da avançada de Napoleão Bonaparte.

O que fazer em Aosta: visitas arqueológicas

Se você curte visitar ruínas e conhecer o antigo passado as cidades, apesar de Aosta ser uma cidade pequena, ela é densamente coberta por insediamentos antigos que mostram um passado que remonta a 4.000 anos antes de Cristo.

Ingresso único para visitar as áreas arqueológicas

Com um ingresso único de 10 euros (crianças e jovens até 25 anos não pagam), com ano de validade, é possível visitar:

  • Teatro romano
  • Criptoportico forense
  • Igreja paleocristã de São Lourenço
  • Museu arqueológico regional
  • Área megalítica de Saint-Martins-de-Corléans (fora do centro habitado de Aosta)

Nota: apesar de o ingresso ser válido um ano, dá direito a visitar cada atração somente uma vez.

Visita aos monumentos romanos de Aosta

Em uma manhã (em uma visita que não supera mais de 4 horas) é possível percorrer todas as ruínas romanas, e digo que essa é uma das melhores coisas para fazer em Aosta.

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Arco de Augusto em Aosta. Foto: Shutterstock

A visita pode começar pelo Arco de Augusto. O arco foi dedicado ao primeiro imperador de Roma e construído em 25 a.C., para comemorar a vitória dos romanos contra os salassos, e assim a fundação de uma colônia romana.

Não muito longe do Arco de Augusto se encontra a antiga ponte romana que passava em cima do Rio Buthier. Para os locais, a Ponte Romana também é conhecida como Pont de Pierre, ou seja, “ponte de pedra”.

Apesar de a partir da idade média o curso do rio Buthier ter sido desviado, a ponte ainda continua a ser utilizada até os dias de hoje.

A partir do Arco de Augusto e percorra a animada Via Sant’Anselmo (rua das compras e também da gastronomia, onde se concentram bares, restaurantes e lugares onde comprar produtos gastronômicos locais ) até chegar à monumental Porta Pretória.

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Porta Pretória

A Porta Pretória era uma das portas de entrada (ou saída) da cidade. Foi construída no mesmo ano do arco de augusto, ou seja, em 25 a.C. e tinha três grandes arcos de abertura.

O arco central era para a passagem dos carros, enquanto os dois arcos laterais serviam para a passagem das pessoas.

Assim que passamos pela porta, além de uma placa com explicações, vemos também que foram feitas excavações exibindo qual era o antigo nível da pavimentação da cidade, que estaria a cerca de 2 metros de altura abaixo do atual nível das ruas de Aosta.

Na idade média as estruturas da antiga Porta Petrória foram utilizadas para abrigar outras construções.

Tanto do lado direito quanto do lado esquerdo da porta, também é possível ver restos das muralhas romanas que cercavam a cidade de Aosta, que como toda cidade romana, era completamente cercada e murada.

Na Porta Pretoria fica o escritório de turismo de Aosta, e logo à direita, depois de ter passado pela porta, fica o Teatro Romano.

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Fachado do Teatro Romano de Aosta. Lindo ver as montanhas ao fundo. No inverno ficam cobertas de neve. Foto: Shutterstock

Do teatro sobrou somente a fachada sul, que possui 22 metros de altura. A plateia tinha 45 metros de comprimento por 7 metros de profundidade, e o teatro podia hospedar até 4.000 pessoas.

Hoje o que conseguimos ver nas ruínas, além da imponente fachada, são o emiciclo onde ficavam os espectadores, a orquesta, e a base de um dos muros onde ficava a cena teatral.

Outra coisa interessante a ver são os restos do anfiteatro romano, ou seja, o “Coliseu de Aosta”. Mas para ver as ruínas é necessário passar por dentro do Convento de Santa Catarina, tocar a campainha e pedir para entrar.

Adjacente à essa área arqueológica fica também a igreja paleocristã de São Lourenço. No subsolo da igreja são conservadas tumbas da alta idade média e resquícios de uma basílica paleocristã. A atual igreja de São Lourenço é uma igreja desconsagrada, onde hospedam mostras de arte.

Criptoportico Forense de Aosta

Para visitar o Criptoportico Forense, é necessário percorrer o centro de Aosta para chegar até a Praça Giovanni XXIII. Do que se trata o criptoportico forense? São ruínas de uma série de corredores subterrâneos que se localizavam no fórum, ou seja, na praça central que era o coração do centro da cidade de Augustra Praeatoria.

Também é possível ver todos os objetos arqueológicos encontrados desde a época pré-histórica até a idade média, todos reunidos no Museo Archeologico Regional de Aosta.

Leia também:

Visita à área megalítica de Saint-Martin-de-Corléans

Essa visita também está incluída no ingresso, mas não pudemos fazê-la. Visitamos a cidade em agosto e a área ficaria fechada para reformas até outubro.

Segundo o site de turismo do Val d’Aosta, esse é uma das áreas mais interessantes que testemunha a pré-história na Europa, ou seja, de pelo menos 5.000 anos antes de Cristo.

Os achados testemunham o fim do neolítico (5.000 anos antes de Cristo), idade do Bronze (4-3.000 anos antes de Cristo) até a cidade do bronze (2000 anos antes de Cristo).

Como os ingressos valem um ano, resolvemos guardar os nossos e, quem sabe, se passarmos por ali ano que vem, completaremos a nossa visita.

O que fazer em Aosta: passeio pela cidade

As duas principais ruas comerciais e de passeio pela cidade são a Via Sant’Anselmo, que liga o Arco de Augusto à Porta Pretória, e a Via Porta Pretoria, que liga a homônima porta à monumental Praça Emile Chanoux, onde fica o Hôtel de Ville, ou seja, a sede da prefeitura de Aosta.

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Hotel de Ville em Aosta. Foto: Shutterstock

Nessas duas avenidas se concentram várias lojinhas com souvenirs, mas também lojas de roupas, calçados, maquiagem, etc.

E, também, muitos bares, restaurantes e pequenas mercearias locais onde fazer degustações de alguns dos maravilhosos produtos locais de Aosta: o queijo Fontina e o Lardo D’Anard, que não é o único tipo de lardo produzido na Itália, mas é um dos mais saborosos.

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Queijo Fontina, aqui certificado pelo consórcio que atesta a regionalidade do produto. Foto: Shutterstock

Outra iguaria pela qual a região do Vale d’Aosta é muito famosa é a polenta, inclusive o tipo de polenta produzida aqui se chama polenta valdostana.

Nos tivemos a chance de prová-la servida com uma fondue de Fontina (meu prato) e meu marido escolheu a polenta servida coberta por queijo blu.

O que fazer em Aosta: visitar as principais igrejas da cidade

Duas igrejas valem a pena ser visitadas em Aosta, a primeira é Catedral de Santa Maria Assunta, que é o edifício religioso mais antigo da cidade. Foi fundado no 4 séc d.C., e surge por cima das ruínas do fórum romano, o centro da cidade romana.

Outro tesouro da cidade é a Collegiata com o Claustro de Sant’Orso. Aqui também se trata de um edifício religioso antiquíssimo, construído a partir do 5 séc d.C.

A igreja que apresenta um coro em madeira do séc. 15 e o claustro, com as colunas decoradas com cenas bíblicas, é do séc 12.

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Catedral de Aosta

Castelos e Fortificações: o Forte de Bard nos arredores de Aosta

Na autoestrada que liga a Turim e Aosta, fica uma das fortalezas mais famosas do Val d’Aosta: o Forte de Bard.

O que sabemos é que nesse local, que fica às margens da importante Via Francigena, já existiam acampamentos romanos que defendiam o império contra invasões. Desde então esse local é marcado como um território de defesa.

No século 13 foi conquistado pelos Savoia, que inclusive conseguiram resistir por duas semanas aos ataques de Napoleão e do seu exército. Mas uma vez conquistada a região, Napoleão mandou destruir a fortaleza em 1830, e ela só foi completamente restaurada há cerca de 15 anos.

Apesar de ser um dos castelos milenares de Val D’Aosta, o Forte de Bard também é famoso por ter sido o cenário so filme dos Avengers, Age of Ultron.

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Forte de Bard, cenário do filme dos Avengers. Foto: Shutterstock

Onde comer em Aosta

Uma das melhores coisas para fazer em Aosta é aproveitar a sua gastronomia feita de ótimos queijos, polentas, lardos, cogumelos e vinhos, para citar somente aqueles que são mais conhecidos regionalmente.

Ficamos somente um dia e meio Aosta, não tivemos tempo de visitar tantos locais, mas deixamos aqui as duas dicas do que mais gostamos:

Café Palais Ansermin

Poucos metros após a Porta Pretória e no início da Via di Porta Pretoria há um palácio antigo, com um café no pátio interno.

Uma das propagandas que fazem é que preparam 28 tipos diferentes de Spritz, mas descobrimos que os pratos principais são ótimos. Escolhemos um risoto de açafrão com speck (um embutido típico dos alpes italianos).

Uma curiosidade: a borda do prato era decorada com semente de lavanda… resolvi misturar ao risotto e digo que talvez um risotto de lavanda possa também ser um prato perfeito.

Endereço: Via Porta Pretoria 46 | Facebook

Trattoria di Campagna

Para o jantar escolhemos um restaurante nota 10: a Trattoria di Campagna. Não dá para chegar lá a pé. Seria necessário ir de carro ou pedir um táxi.

Vale cada centavo pago: serviço ótimo, ambiente elegante, pratos deliciosos e bem servidos e uma carta de vinhos invejável. Recomendo!

Endereço: Frazione Saint Maurice 57, Sarre | Site

Aosta no verão e no inverno: voo de balão, caminhadas ou mercadinhos de natal

Visitamos Aosta no verão e, confesso que não exploramos todo o potencial da região. Para nós não foi um problema, porque sabemos que temos a chance de retornar.

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Lagos alpinos nos arredores de Aosta, em Breuil-Cervinia. Há muito ecoturismo na região.

Sendo uma região de vales e colinas, há uma grande oferta de ecoturismo, como trekking, passeios de bicicleta, subida às colinas utilizando teleféricos, que no inverno também servem às estações de esqui.

Algo que gostaríamos de ter feito, mas que não tinha mais disponibilidade, era um voo de balão. Essa é uma das coisas que anotei e vou reservar com antecedência em uma outra oportunidade.

E justamente por ser uma região que fica aos pés do Mont Blanc, em Aosta fica uma das localidades de esqui mais famosas da Itália: Courmayeur.

Muitos italianos também curtem a cidade para visitar os seus famosos mercadinhos de natal.

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Mercadinho de natal. Neva bastante em Aosta! Foto: Shutterstock

Como chegar em Aosta

Nós chegamos à cidade saindo de Turim, e após visitarmos Aosta, passamos pelo Túnel do Monte Bianco e fomos até os lagos alpinos franceses em Chamonix. De Turim, ou até mesmo de Milão, a viagem é rápida e prática:

Chegar em Aosta de trem

Aosta possui cinco estações de trem, e a maior cidade italiana à qual ela é ligada é Turim. Uma viagem de trem de Turim a Aosta (com mudança de trem em Ivrea ou Chivasso) é de cerca 2 horas e meia.

Outra opção é viajar de Milão a Aosta, nesse caso fazendo Milão-Turim-Aosta e a viagem dura cerca de 4 horas.

Chegar em Aosta de carro

Como já citei anteriormente fizemos do centro de Turim ao centro de Aosta em cerca de 1 hora e meia. Todo o percurso foi feito com autoestradas e encontramos facilidade para estacionar em Aosta

Chegar em Aosta de avião

Os aeroportos mais próximos a Aosta estão em Turim, em Genebra (Suíça) ou Milão.

Chegar em Aosta de ônibus

Há possibilidades de chegar e Aosta de ônibus. Há linhas que ligam Milão a Aosta (cerca de 2h15min) e Turim a Aosta (em cerca de 1h30). Essas viagens são oferecidas por empresas locais e também pela multinacional Flixbus.

Localmente é possível pegar ônibus para chegar às cidadezinhas de esqui como Courmayeur (Itália) e Chamonix (França). Ambas ficam, respectivamente, do lado italiano e do lado francês do Mont Blanc. https://www.lovevda.it/it/arrivare/in-pullman

Também há ônibus de Aosta até o outro lado da fronteira com a França, na cidade de Martigny, e dali é possível chegar a outras localidades francesas.

Segundo o site da Secretaria de Turismo do Val D’Aosta, no verão e no inverno (sobretudo durante a temporada de esqui) saem ônibus também de Gênova, Bolonha e Florença.

Onde dormir em Aosta

Fizemos uma ampla pesquisa na internet e, Aosta não nos pareceu uma cidade com hotéis baratos, sobretudo se você quiser ficar no centro da cidade.

Na verdade encontramos várias alternativas em conta para hotéis afastados do centro, ou apartamentos/airbnb, mas essas hospedagens tinham horários restritivos e também a questão de onde deixar nossas malas após fazer o check out, ou também onde estacionar nosso caro,

Então nossa escolha foi ficar no hotel OMAMA. Digo que fizemos BINGO! O hotel é super central, fica a poucos metros da Porta Pretoria, tem estacionamento, mas também fica cercado de faixas azuis (onde em algumas horas do dia o estacionamento é pago), e relativamente perto de um estacionamento com faixas brancas.

Como viajamos em quatro pessoas, tivemos um quarto com cama de casal mais um sofá cama para as crianças. O quarto era bem grande, com camas confortáveis, tudo super novinho.

E também achamos o café da manhã bem servido. Quando eu voltar a Aosta, já sei que é uma boa opção ficar no Hotel OMAMA.

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Respostas de 13

  1. Aosta é um raro local, pouco visitado. No meu caso conheço toda a Itália, excepto Aosta e Calábria.

    Haverá excursões-Circuitos, Qual Agencia em Lisboa?

  2. Amei, muito obrigada por compartilhar a experiência, eu meu esposo e nosso filho iremos em fevereiro de 2025, estamos pensando ainda se vamos de carro ou onibus/trem, sairemos de Milão e ficaremos 3 dias no Vale, será que os ônibus funcionam normalmente no inverno? Como nunca dirigimos na neve temos um pouco de receio…

    1. No inverno os horários são reduzidos e parea coincidir com as necessidades da população local, ou seja, horários das 7 às 18-19h, é garantido ter ônibus.

  3. Ótimas dicas! Não é fácil encontrar informações sobre a região! Queremos ir no final da temporada de ski.

  4. Que maximo! Não conhecia nada sobre Aosta e ao ler seu artigo acabei de acrescentar no meu roteiro pela Itália! Ótimas dicas

  5. Nunca tinha lido muito coisa sobre Aosta, mas AMEI o seu post! Uma ótima ideia para fugir do roteiro clássico pela Itália e ir mais além!

  6. Estou encantada por esse lugar, inclusive amei o seu post sobre o Aosta. Pretendo já colocar ele na minha lista de lugares pra visitar, mega abraço

  7. Esses romanos eram uma civilização e tanto. Lindos vestígios dessa época áurea em Aosta, o que resta da fachada do teatro é impressionante. E depois ainda tem essas paisagens alpinas lindas, que tanto fazem lembrar a Suíça. Nunca tinha lido nada sobre Aosta e estou encantada

    1. Aosta é um tesouro escondido ainda… Um lugar que vale muito a pena. Eu quero voltar assim que puder.

  8. Acho que “Vale Mágico” realmente define muito bem o que é Aosta. Que lugar incrível! Surreal de lindo. Acabou de ir pra minha wishlist 🙂

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