Um das praças barrocas mais bonitas de Roma, a Praça Navona deve a sua beleza principalmente às mãos dos grandes rivais na arte: Bernini e Borromini.
Na antiguidade, a praça era o Estádio de Domiciano e não por acaso ela ainda conserva a sua forma oval. Domiciano foi um dos três imperadores da dinastia Flavia (ou Flaviana), a mesma que construiu o Coliseu. A construção do estádio é do ano 85 d.C.
E a boa surpresa é que hoje em dia é possível conhecer parte das escavações e os subterrâneos da Praça Navona.
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Após a queda do Império Romano, a antiga e enorme estrutura do Estádio de Domiciano foi reutizada como um centro polifuncional.
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No século 15, um dos maiores mercados de Roma foi transferido do Campidoglio para cá, fazendo com que a Praça Navona fosse um dos lugares mais frequentados da cidade.
Mas foi graças à poderosíssima família Pamphili, nobres e emparentados com o Papa Innocenzo X (Giovanni Battista Pamphilj) cujo palácio dá de frente para a Praça, que vários artistas trabalharam para construir a beleza do local. O Palazzo Pamphili é a Sede da Embaixada do Brasil em Roma.
Gianlorenzo Bernini esculpiu a fonte principal da praça, a Fonte dos Quatro Rios, representados pelas divindades. Trata-se dos rios: Nilo, Danúbio, Ganges e Rio da Prata. Representando desse modo quatro continentes do mundo: África, Europa, Ásia e América.
Francesco Borromini, seu rival, foi o arquiteto responsável pela Igreja de Sant’Agnese in Agone e por uma das galerias do Palazzo Pamphilj.
Nas laterais da praça há duas fontes menores: a Fonte do Moro (Fontana del Moro), bem de frente para a embaixada do Brasil, e a Fonte do Netuno (Fontana del Nettuno). Ambas são obra do arquiteto Giacomo della Porta, porém a Fonte do Moro mais tarde foi retocada pelas mãos de Bernini.
De frente para a Piazza Navona, também se encontra um dos museus mais importantes de Roma, o Museu de Roma no Palazzo Braschi. Ali há uma ótima cafeteria, o Vivi Bistrot. Nos meses mais quentes, a cafeteria coloca mesinhas no átrio do palácio, e é uma boa opção para comer bem e barato na Piazza Navona.
Onde fica a Praça Navona?
Muito perto do Pantheon e do Campo de’ Fiori, e a uma distância razoável do Vaticano. Veja no mapa:
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Visita ao subterrâneo da Praça Navona com ruínas romanas
O que muitos não sabem é que ela também possui um passado antigo escondido no subterrâneo.
O local onde a Praça Navona está localizada fazia parte do Campo de Marte desde a época dos primeiros reis de Roma.
Que nome mais apropriado para o local do aquele do deus da guerra, Marte (para os romanos) e Ares (para os gregos)?
O Campo de Marte também abrigava cemitérios e sepulturas, pois era proibido enterrar os mortos dentro dos muros da cidade. Não é por acaso, que a norte da Praça Navona encontra-se um dos maiores e mais importantes mausoléus da antiguidade: o túmulo de Augusto, que infelizmente só é aberto ao público em ocasiões especiais.
Após o grande incêndio de Roma em 64 d.C., cujo maior suspeito é Nero, muitos monumentos foram destruídos. Em 80 d.C., na época de Tito, que pertencia à dinastia que construi o Coliseu, houve um outro grande incêndio em Roma. Então, em 85 d.C. o imperador Domiciano, irmão mais novo e sucessor de Tito resolveu construir um estádio ali onde hoje temos a Praça Navona.
O estádio tinha somente dois andares e podia acolher 30.000 pessoas. Como os atletas treinavam e competiam totalmente nus, as mulheres não podiam assistir aos espetáculos e lutas!
Hoje em dia é possível visitar uma pequena parte do subterrâneo. O arqueólogo que guiou a nossa visita, nos disse que a école française, junto com o governo francês, disponibilizou o acesso ao subterrâneo do prédio do instituto francês (que está na rua ao lado da Praça Navona: Corso Rinascimento).
Ao caminhar pela lindíssima Praça Navona, imagine que todos os prédios, barzinhos, restaurantes estão construídos por cima do antigo estádio. Algumas das antigas colunas e escadarias do Estádio de Domiciano estão no subsolo da Embaixada do Brasil!
Fizemos a visita com o acompanhamento de um arqueólogo. A entrada sem visita guiada custa 5 euros, com visita guiada custa 10 euros. Ter uma explicação dada por alguém competente fez toda a diferença, e o passeio valeu muito a pena, mesmo!
Uma consideração muito importante: o passeio é muito interessante!
As explicações técnicas dadas com simplicidade, mas com ilustrações, com exemplos, ligando um fato histórico ao outro foram fundamentais. Infelizmente esses passeios atualmente são feitos somente nos finais de semana e exclusivamente em italiano. Mesmo assim, e principalmente para quem fala espanhol ou arranha no portunhol (risos), é possível compreender a língua italiana.
Dias e horários: abre todos os dias, das 11 às 20h. O ingresso custa 5 euros (sem guia) e 10 euros (com guia).
Site: www.stadiodomiziano.com
Endereço: Via di Tor Sanguigna, 3
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