A menos de cinco minutos a pé da Estação Termini encontram-se os restos daquelas que eram as maiores termas da antiguidade: as Termas de Diocleciano.
O vai e vem de milhares de passageiros no local não nos deixa imaginar que parte da Estação Termini também foi construída na parte adjacente às termas.
Quem foi Diocleciano?
Caio Aurélio Valério Diocleciano foi um imperador romano, que nasceu na província romana da Dalmácia, que hoje em dia compreende os territórios dos países Croácia, Bósnia, Albânia e Sérvia.
Fez parte do exército romano até virar comandante de cavalaria. Esteve no poder de 284 a 305 d.C.
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Breve história das Termas de Diocleciano:
Outrora as maiores termas construídas na Roma Antiga, foram iniciadas por Maximiamo (imperador romano do Oriente) e inauguradas em 306 d.C., quando ambos já haviam abdicado do poder.
Elas foram construídas para fornecer serviço hídrico e higiênico a bairros muito povoados, onde hoje temos o Quirinale, o Viminale e o Esquilino. E na época foi necessário demolir inteiros bairros para que fossem construídas.
Ainda no século VI, quando foram desativadas, depois das invasões barbáricas dos Godos e Vândalos (uma vez que eles destruíram os aquedutos que as alimentavam), podiam acomodar 3.000 pessoas por dia e possuíam 2400 banheiras/piscinas. Funcionaram até 537 d.C.
Transformações na Idade Média: a Basílica
A Basilica de Santa Maria degli Angeli e dei Martiri (Basílica de Santa Maria dos Anjos e dos Mártires)
Bem de frente para uma das principais praças de Roma, a Piazza della Repubblica, encontra-se essa basílica que foi construída dentro dos restos das Termas de Diocleciano.
Ela é a igreja onde celebram-se as cerimônias oficiais do Estado Italiano. Lá foi celebrado o funeral dos militares italianos mortos em Nassiriya, no Iraque, no ano de 2006.
A fachada da igreja é nua e crua, nada suntuosa se pensarmos nas fachadas de mármore de tantas outras basílicas barrocas. Mas saiba que pelo menos a camada interna de tijolos é da época romana antiga. Eles possuem mais de 1700 anos!
Ela foi construída onde existia o tepidarium. O tepidarium era o ambiente das termas dedicado aos banhos de água morna, enquanto o caldarium ou calidarium era para os banhos de água quente e o frigidarium para aqueles de água fria. O tepidarium geralmente ficava entre o calidarium e o frigidarium.
Essas palavras latinas encontram-se bem presentes no italiano moderno: tiepido (morno), caldo (quente) e frigido (frígido, frio). As obras iniciariam em 1562, por projeto de Michelangelo, sob o papado de Pio IV. Nessa época, Michelangelo também estava trabalhando na Basílica de São Pedro.
A grande genialidade de Michelangelo foi não destruir a estrutura já existente. Isso fez com que a basílica possua uma forma diferente das demais igrejas. Ele é mais larga para os lados, formando uma espécie de cruz.
O eixo horizontal é mais amplo do que o eixo vertical. No século XVIII a igreja passou por outras reformas arquitetônicas pelas mãos de Luigi Vanvitelli.
A Meridiana
Ela é ricamente decorada com mármores cor-de-rosa e possui uma surpresa! No braço direito encontra-se desenhada no chão uma meridiana, construída por ordem do papa Clemente XII para o jubileu do ano 1700.
Essa meridiana foi usada como relógio solar e regulava todos os relógios de Roma até o ano 1846, quando esse papel foi confiado ao canhão do Gianicolo.
Notável também o enorme órgão de fole (no braço esquerdo) e as belas estátuas de anjos, que fazem jus ao nome da igreja.
Museu Nazionale Romano alle Terme di Diocleziano.
O Museu Nazionale Romano é um museu arqueológico que reúne coleções que retratam a história antiga de Roma.
A grande maioria das peças vai de 500 a.C. a 300 d.C. Mesmo morando em Roma há mais de vinte anos, posso dizer que é sempre uma enorme surpresa parar para pensar em quanta coisa já aconteceu desde que o mundo é mundo, que a cidade de Roma testemunhou muitos fatos importantes e ainda continua de pé.
E como a linha do tempo continua, todos nós, turistas ou residentes também estamos fazendo parte dessa história!
O Museu Nazionale Romano possui 4 sedes e cada uma delas consta a história de Roma com uma abordagem diferente. São elas: Palazzo Massimo alle Terme, Termas de Diocleciano, Palazzo Altemps e Crypta Balbi.
O Museu das Termas de Diocleciano possui quatro seções:
1) O museu epigráfico: um acervo muito bem distribuído, em instalações muito modernas, conta a história da Roma Antiga através da escrita.
Através de lápides, testamentos, placas comemorativas ou de atividades comerciais, urnas fúnebres (tudo em mármore!) é possível saber como viviam os romanos e o que e porque eles escreviam. Há muito o que ver nessa parte do museu! Muito mesmo!
2) O museu proto-histórico: Nessa parte do museu é possível reconstruir a linha do tempo bem antes da fundação de Roma.
O Lácio, estado italiano cuja capital é Roma, já era habitado desde a idade do bronze. O acervo do museu conta desde o XI século a.C. até VI séc a.C. Muitos dos objetos encontrados são de escavações realizadas no século passado.
3) La Certosa e o Claustro de Michelangelo: Michelangelo projetou o claustro dos monges certosinos, mas muito provavelmente, só acompanhou a preparação inicial para as obras, já que ele faleceu em 1564.
As fontes dão por certo que essa parte da reconstrução das Termas de Diocleciano engrenou mesmo a partir de 1565. O Claustro de Michelangelo é um dos maiores da Itália, com seus 10.000 metros quadrados de superfície.
No local encontram-se expostos sarcófagos, estátuas e altares de época imperial. A época imperial começa em 27 a.C. com a subida de Augusto ao poder.
4) Aula Décima: é um dos ambientes mais bonitos das termas, porque mostra a enorme dimensão dos tetos com abóbada em cruz e ficou fechado para obras de restauração por trinta anos! Reabriu em 2009.
Nele existem alguns túmulos antigos, que foram colocados no local em um segundo momento.
Para ver a aula décima virtualmente: http://www.italiavirtualtour.it/dettaglio_member.php?id=98523&sid=98524
Endereço: Viale Enrico De Nicola, 79
Site: http://archeoroma.beniculturali.it/en/museums/national-roman-museum-baths-diocletian
Meios de Transporte: ônibus: C2, H, 36, 38, 40, 64, 86, 90, 92, 105, 170, 175, 217, 310, 360, 714, 910 – Metrô Linha A, parada: Termini
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